Escassez de mão de obra qualificada é desafio no setor de TI
Executivos da YellowIpe apontam contratação de profissionais de diferentes países como alternativa para enfrentar a falta de mão de obra qualificada. Investimentos em iniciativas de engajamento e valorização dos colaboradores também são importantes para reter talentos
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Siga noO mercado de tecnologia da informação (TI) enfrenta escassez de mão de obra qualificada. Em outubro de 2024, durante um debate no Senado entre parlamentares, representantes do governo e especialistas, foi apontado que o déficit de profissionais dessa área no Brasil deve chegar a 532 mil até 2029.
Em outras palavras, faltam pessoas especializadas e muitas empresas enfrentam dificuldades para preencher vagas em TI. Na visão de Vinicius Simionato, CEO da YellowIpe, trata-se de um problema global, agravado pela aceleração da transformação digital e pela falta de investimentos em educação e formação de novos talentos.
“No Brasil, em particular, temos um gargalo histórico de profissionais qualificados em áreas como desenvolvimento, segurança, dados e inteligência artificial (IA)”, detalha Simionato. A empresa da qual ele é CEO presta serviços de consultoria em TI, ajudando outros negócios a encontrar mão de obra qualificada e a desenvolver seus projetos.
Diante desse cenário, a expatriação surge como uma alternativa, tanto para empresas quanto para os próprios profissionais, aponta o executivo. Por “expatriação”, Simionato se refere à possibilidade de buscar candidatos em outros países e formar equipes de múltiplas nacionalidades que atendam aos requisitos de cada posição.
“As empresas têm acesso a profissionais altamente qualificados e com experiência internacional, enquanto os talentos podem impulsionar suas carreiras e vivenciar novos mercados. No entanto, existem questões burocráticas, culturais e de adaptação que precisam ser bem gerenciadas”, explica Simionato.
Outro desafio é a retenção, afirma Janine Leal, head of people da YellowIpe. Com a alta demanda por profissionais de tecnologia, o turnover (rotatividade) é muito elevado no setor de TI. Ela ressalta a necessidade de investimentos em iniciativas de engajamento, desenvolvimento de lideranças e valorização dos colaboradores.
"É importante criar programas estruturados de onboarding, mentorias, treinamentos técnicos e de soft skills. Além disso, deve-se prezar muito pela transparência na comunicação, feedback construtivo e oportunidades de crescimento. Os líderes precisam estar constantemente alinhados para transmitir a visão e os valores da empresa”, orienta Leal.
Além da cultura, as empresas interessadas em reter talentos devem oferecer pacotes de benefícios e remuneração competitivos, planos de desenvolvimento de carreira e oportunidades de liderança, diz ela.
“As empresas precisam ser criativas e ágeis para identificar, atrair e selecionar os melhores talentos. Investir pesado em employer branding, parcerias com universidades e programas de trainee também é fundamental”, ressalta Leal.
Apesar dos desafios, Simionato e Leal são otimistas quanto ao mercado de TI, destacando o seu potencial. Um estudo da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), por exemplo, apontou crescimento de 13,9% do setor entre 2023 e 2024 no Brasil, acima da média global de 10,8%.
Além disso, os investimentos foram de US$ 49,8 bilhões (cerca de R$ 280 bilhões, na cotação atual) em 2023 para US$ 58,6 bilhões (aproximadamente R$ 327 bilhões) em 2024, com o país sendo o principal player de TI da América Latina, segundo a ABES.
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