Bomba que causou evacuação de mais de mil pessoas foi encontrada durante obras - (crédito: Pixabay)
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O bancário Alexandre Faria Morais precisou evacuar a própria casa na última quinta-feira (4/12) depois que uma bomba da Segunda Guerra Mundial foi encontrada durante obras de tubulação na cidade de Bonn, Alemanha, onde mora com a família. O artefato, de origem americana e pesando 125 quilos, foi desativado com sucesso no início da noite. Mais de mil pessoas tiveram que sair de casa para garantir a segurança.
O brasileiro, que mora na região com a esposa e duas filhas pequenas — um bebê de quatro meses e uma criança de dois anos e meio —, descreveu o momento como uma cena de guerra. “Ruas bloqueadas, polícia batendo de porta em porta, carro com alto-falante dizendo que tinham encontrado uma bomba”, relatou em entrevista à emissora pública alemã Deutsche Welle.
Segundo ele, agentes do Ordnungsamt, órgão municipal alemão, tocaram a campainha e determinaram que todos deixassem suas casas imediatamente para que as equipes especializadas pudessem trabalhar com segurança. “Dá um pouco de medo, principalmente agora com a família. Tinha uma bomba a poucos metros da minha casa. O que garante que não tenha outra no quintal?”, questionou.
Evacuação
A operação começou por volta das 16h e atingiu mais de mil moradores. A área foi completamente evacuada às 20h, quando iniciaram os procedimentos para neutralizar o explosivo. Cerca de duas horas depois, a população recebeu autorização para voltar para casa.
De acordo com autoridades locais, situações como essa são relativamente comuns na Alemanha, sobretudo em regiões que foram alvo de bombardeios durante a guerra. Alexandre, inclusive, já havia passado pelo mesmo tipo de evacuação duas outras vezes — uma em Colônia e outra em Bonn, antes do nascimento das filhas.
“Quando era solteiro, era até tranquilo: ligava para amigos, tomava uma cerveja e esperava a liberação. Mas agora, com crianças pequenas, é muito mais estressante”, comentou.
Alertas, abrigos e apoio aos moradores
Para garantir que todos fossem informados, a prefeitura utilizou carros de som e um aplicativo oficial de emergência. O município também disponibilizou ônibus de evacuação e um ginásio como abrigo temporário para quem não tivesse onde ficar. A família de Alexandre conseguiu passar as horas de espera na casa de amigos.
A surpresa, porém, não parou por aí: recentemente, ao limpar o jardim de casa, Alexandre encontrou uma bala de rifle, possivelmente anterior à Segunda Guerra Mundial. “Ela estava deteriorada, parecia ter sido usada. Pesquisei e vi que, por ser um artefato de mais de 100 anos, é proibido manter em casa. Precisa entregar à polícia ou a um museu”, afirmou.
Apesar de um passado ligado à Segunda Guerra, hoje as Ilhas Salomão são conhecidas por sua biodiversidade e paisagens deslumbrantes.
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As Ilhas Salomão, onde fica o Estreito de Iron Bottom, são um arquipélago a leste da Papua-Nova Guiné, composto por centenas de ilhas, muitas delas vulcânicas, com a capital, Honiara.
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Por décadas, o estreito foi considerado um cemitério marinho sagrado, e muitas das embarcações naufragadas permanecem como túmulos de guerra, protegidas por leis internacionais.
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Navios de guerra, como cruzadores, contratorpedeiros e porta-aviões, foram atingidos por torpedos, bombas e tiros de canhão, afundando nas águas rasas do estreito.
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Durante esses meses, as marinhas dos Estados Unidos, Austrália e Japão travaram diversas batalhas ferozes, resultando em perdas significativas para ambos os lados.
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A região foi palco de uma das campanhas navais mais intensas e sangrentas da guerra, a Campanha de Guadalcanal, que durou de agosto de 1942 a fevereiro de 1943.
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O nome "Estreito de Iron Bottom", que significa "Estreito do Fundo de Ferro", foi dado justamente por conta da enorme quantidade de embarcações e aeronaves afundadas no local.
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Já o cientista-chefe do OET, Dr. Daniel Wagner, destacou a importância de continuar estudando os mistérios do oceano: “Essas descobertas mostram quantas histórias ainda estão escondidas nas profundezas do mar, esperando para serem contadas".
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“Marinheiros não iniciam guerras. Eles apenas cumprem seu dever. E, nas águas do Estreito de Ferro, cumpriram-no com extrema perseverança”, declarou Samuel J. Cox, diretor do Comando de História e Patrimônio Naval dos EUA.
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A missão teve como um dos objetivos homenagear os marinheiros que combateram na região, reforçando a importância de evitar tragédias semelhantes no futuro.
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A exploração do local, transmitida ao vivo pelo NautilusLive.org, contou com a participação de especialistas de 130 instituições em diversos países.
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O Estreito de Iron Bottom foi um palco de intensas batalhas navais que causaram mais de 20 mil mortes e 111 afundamentos.
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Outros navios como USS Vincennes, HMAS Canberra e Yudachi também foram encontrados.
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Entre as descobertas estão a proa do USS New Orleans e o contratorpedeiro japonês Teruzuki.
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Embarcações norte-americanas, australianas e japonesas foram mapeadas por mais de 1.000 km² no fundo mar.
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A bordo do E/V Nautilus, a equipe utilizou tecnologia avançada, incluindo veículos operados remotamente e embarcações não tripuladas.
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A Ocean Exploration Trust (OET) mapeou e filmou os navios no Estreito de Iron Bottom, próximo a Guadalcanal, nas Ilhas Salomão.
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Uma expedição realizada no Oceano Pacífico revelou 13 embarcações naufragadas da Segunda Guerra Mundial.
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