Exportadores franceses de vinho apoiam acordo UE-Mercosul em meio a protestos
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A Federação Francesa de Exportadores de Vinhos e Bebidas Destiladas (FEVS) manifestou nesta quinta-feira (18) o seu apoio ao acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul, que poderá beneficiar um setor vitivinícola em dificuldades, em uma posição pouco habitual diante da onda de protestos agrícolas.
Em um comunicado, a FEVS manifesta "seu interesse e seu apoio à assinatura de um acordo comercial equilibrado entre União Europeia e Mercosul".
A federação considera "indispensável abrir novos mercados" e vê no bloco sul-americano "uma oportunidade estratégica de primeira ordem" para um setor em crise, celebrando "o mecanismo de salvaguarda" adotado como compromisso em Bruxelas, que "constitui um avanço substancial".
Tal mecanismo destina-se a garantir o acompanhamento dos produtos agrícolas sensíveis e inclui a promessa de intervir em caso de desestabilização dos mercados. Seu objetivo é tranquilizar os setores agrícolas que se sentem ameaçados por este acordo (carne, açúcar, etc.).
No entanto, outros setores, como o de vinhos e bebidas destiladas ou os produtos lácteos, poderiam se beneficiar do pacto.
A posição da FEVS resulta, entretanto, dissonante em um debate no qual a maioria dos atores agrícolas reivindica o abandono do projeto, enquanto chefes de Estado e de governo da UE se reúnem em uma cúpula em Bruxelas.
Milhares de agricultores europeus concentraram-se na capital europeia nesta quinta-feira para protestar contra o acordo.
O tratado prevê a eliminação das tarifas sobre vinhos e bebidas destiladas, atualmente situadas entre 20% e 27%. Uma redução considerada crucial para impulsionar as exportações para Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
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