Internacional

Ataques dos EUA no Caribe 'levantam questionamentos', mas não há ação diplomática, diz chefe da OEA

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Os ataques dos Estados Unidos contra lanchas do narcotráfico no Caribe e no Pacífico "levantam questionamentos" nas Américas, mas, até agora, não houve iniciativas diplomáticas a esse respeito na OEA, declarou nesta terça-feira (16) o chefe da organização, Albert Ramdin.

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A região enfrenta, por outro lado, uma tendência crescente de seus dirigentes de se intrometerem nas eleições de países vizinhos, o que é "preocupante", disse Ramdin em conversa com a imprensa na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA), após oito meses como secretário-geral.

P: Os Estados Unidos respeitam o direito internacional com esses ataques no Caribe?

R: Muitos questionam se essas ações estão de acordo com as leis internacionais e as leis humanitárias. Esses questionamentos foram levantados, mas não vi ações [diplomáticas] suplementares por parte dos Estados-membros como tal.

Disse publicamente que, embora o objetivo seja louvável, os métodos utilizados talvez não estejam em consonância com o direito internacional. É preciso apresentar provas, e não creio que nenhum país tenha visto essas provas [sobre o transporte de drogas nas embarcações]. Houve uma iniciativa da Colômbia, mas a discussão não avançou. Entendo que pode voltar a surgir.

P: O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, questionou a legitimidade de eleições livres em outro país, neste caso o Chile, e chamou seu líder eleito de "nazista". O que o senhor acha desse tipo de comportamento?

R: Há uma tendência que está se desenvolvendo no hemisfério, em que alguns líderes sentem que devem dar sua opinião sobre processos eleitorais em outros países, seja antes ou depois. Não creio que seja uma boa tendência. O artigo 19 da Carta [Democrática Interamericana] diz claramente: nenhum país deve interferir nos processos eleitorais de outros países. Não aconteceu apenas com a Colômbia, também com os Estados Unidos e Honduras. Talvez seja uma tendência que faz parte dos tempos atuais. É a natureza evolutiva do nosso hemisfério.

P: O senhor falou com a opositora venezuelana María Corina Machado? Se ela vier aos Estados Unidos, o senhor a convidará para a OEA?

R: Estou aberto a conversar com qualquer pessoa em qualquer país, desde que atuem legitimamente, é claro. Mantenho comunicação com todas as partes na Venezuela, incluindo a senhora Machado. Não tomamos partido. Precisamos encontrar soluções olhando para frente.

P: O senhor a parabenizou em nome da OEA por seu Prêmio Nobel da Paz?

R: Não há consenso na OEA sobre a Venezuela, então não posso dizer a ela que a parabenizo em nome da OEA. Posso dizer que, em caráter privado, a parabenizei. Qualquer pessoa que seja indicada ao Prêmio Nobel da Paz e o vença merece ser parabenizada.

P: Na última assembleia plenária da OEA, em junho, o subsecretário americano Christopher Landau usou palavras duras ao falar sobre a organização. Perguntou textualmente: "por que ela existe?" Qual é o nível das relações agora?

R: Continuamos dialogando com eles. E eu tenho o hábito de dizer o que penso, de forma clara.

Se um país contribui para a OEA, o que ele quer é ver os benefícios desse investimento. É uma questão legítima. Eu lhes pedi que me dessem tempo para demonstrar nosso valor. E é isso que temos feito nos últimos meses. Talvez não estejam completamente convencidos do valor do multilateralismo. Mas, se não tivermos uma OEA, os problemas em nosso hemisfério serão muito maiores.

jz/mr/ic/rpr

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