Lula afirma ter dito a Trump que não quer guerra na América Latina
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou nesta quinta-feira (11) que manifestou a Donald Trump sua oposição a uma guerra na América Latina, durante uma conversa por telefone no último dia 2.
O telefonema, que durou 40 minutos, ocorreu após o início de uma campanha militar intensa dos Estados Unidos no Caribe para combater o narcotráfico
Após a ligação, os dois governos informaram que Lula e Trump expressaram sua disposição de cooperar no combate ao crime organizado, mas nenhum deles mencionou a Venezuela em seus comunicados oficiais sobre a conversa.
"Eu falei: 'Trump, nós não queremos guerra na América Latina'", disse Lula, durante um evento oficial em Minas Gerais. Segundo ele, o presidente americano respondeu: "Mas eu tenho mais armas, mais navios, mais bombas."
Lula disse que defendeu junto a Trump o uso da diplomacia como instrumento de persuasão para resolver conflitos. "O unilateralismo que o presidente Trump deseja é que aquele mais forte determina o que os outros vão fazer. É sempre a lei do mais forte", criticou, durante o evento.
Mais de 20 ataques dos Estados Unidos contra embarcações que supostamente transportavam drogas no Caribe e no Pacífico já deixaram 87 mortos. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirma que o verdadeiro objetivo da operação é derrubá-lo.
Desde o início do destacamento militar americano no Caribe, Lula manifestou em várias ocasiões sua preocupação, e disse que deseja discutir o assunto com Trump.
O jornal O Globo revelou hoje que o presidente brasileiro conversou com Maduro na semana passada, no primeiro contato telefônico entre os dois neste ano, cujo tom teria sido "amistoso". O telefonema não foi anunciado oficialmente pela Presidência brasileira.
Segundo o jornal, Lula expressou a Maduro sua preocupação com o destacamento militar dos Estados Unidos no Caribe, e reiterou sua disposição em ajudar.
A relação entre Brasil e Venezuela se deteriorou em 2024, depois que Lula se recusou a endossar a reeleição de Maduro, que a oposição venezuelana denunciou como fraudulenta.
ll/nn/lb