Guerrilha do ELN liberta 28 reféns na fronteira entre Colômbia e Venezuela
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A guerrilha do ELN libertou, nesta quarta-feira (3), 28 pessoas que haviam sido sequestradas em janeiro, no contexto de uma ofensiva contra dissidentes de outro grupo rebelde que deixou mais de 100 mortos na fronteira entre Colômbia e Venezuela, informou a Defensoria do Povo colombiana.
Entre os reféns entregues a uma comissão humanitária havia cinco menores de idade, afirmou a Defensoria do Povo, instituição responsável por zelar pelos direitos humanos.
Nas imagens divulgadas pela Defensoria, os reféns aparecem sentados em cadeiras plásticas, aguardando o momento da libertação, ao lado de delegados da ONU e da Igreja Católica que acompanharam o processo.
Também aparece o comandante regional do Exército de Libertação Nacional (ELN), conhecido como Ricardo, cercado por homens encapuzados e armados.
O ataque do ELN no início do ano, na região de Catatumbo, foi o mais violento ocorrido durante o governo do presidente de esquerda Gustavo Petro, e pôs fim às negociações de paz com o grupo.
A ofensiva contra uma dissidência da antiga guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) provocou confrontos que deslocaram milhares de civis. Desde então, a guerrilha não deu sinais de querer retomar o diálogo.
"Pedimos e esperamos mais libertações. A guerra está errada. A vida e a liberdade estão certas", escreveu no X a titular da Defensoria do Povo, Iris Marín.
Segundo essa instituição, a maioria dos libertados, 17 homens e 11 mulheres, declarou estar "em bom estado de saúde".
No fim de semana, também em Catatumbo, outras 11 pessoas mantidas sequestradas desde o início da violência foram libertadas. Em março, outras 22 tinham sido liberadas.
O ELN, o grupo rebelde mais antigo das Américas, negociou por dois anos com o governo Petro, mas os diálogos terminaram perante a continuidade dos ataques.
Analistas afirmam que o grupo de origem guevarista se financia por meio do narcotráfico, do garimpo ilegal e de sequestros com fins extorsivos na Colômbia e na Venezuela.
A Colômbia é o maior produtor mundial de cocaína.
vd/das/atm/lm/rpr