Google propõe mudanças nos serviços de publicidade para evitar separação após multa da UE
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O Google anunciou nesta sexta-feira (14) mudanças em seus serviços de publicidade para cumprir as regras de concorrência da União Europeia (UE), após a multa bilionária imposta por Bruxelas em setembro por abuso de posição dominante.
O grupo americano tinha prazo até esta semana para propor medidas que acabassem com as práticas anticoncorrenciais, que resultaram em uma multa de 2,95 bilhões de euros (18 bilhões de reais).
O Google, que planeja recorrer da decisão do bloco, descarta a solução mais radical para restabelecer as condições de uma concorrência justa: a separação de parte das atividades do grupo no setor de publicidade online ("Adtech").
Ainda não se sabe se Bruxelas aceitará os compromissos propostos pelo Google.
"Vamos analisar as medidas propostas pelo Google para verificar se poderiam acabar com as práticas denunciadas e os conflitos de interesse inerentes às suas atividades", afirmou uma porta-voz da Comissão Europeia.
Bruxelas impôs em setembro a multa bilionária por considerar que o grupo americano abusou de sua posição dominante no setor de publicidade online.
A comissão não chegou a exigir a separação de parte das atividades, mas advertiu que não descartava adotar a medida caso o Google não se comprometesse a tomar medidas adequadas dentro de um prazo de 60 dias.
A multa provocou uma reação indignada do presidente americano, Donald Trump.
"A Europa 'atacou' outra grande empresa americana, o Google", protestou Trump em sua rede social Truth Social, ameaçando responder com sanções comerciais.
O grupo, no entanto, enfrenta as mesmas acusações de abuso de posição dominante por parte do governo americano, em um processo que está em curso nos Estados Unidos.
Durante uma audiência no final de setembro em um tribunal federal da Virginia, o Google propôs modificar suas práticas comerciais, sem recorrer a uma separação. Uma decisão deve ser anunciada nas próximas semanas ou meses.
Por outro lado, a Comissão Europeia abriu na quinta-feira outra investigação contra o Google, em outro âmbito, por suspeitar que a empresa penaliza alguns portais de informação ao apresentar os resultados de seu mecanismo de busca, algo que a empresa nega.
fpo/cjc/rl/jvb/mb/fp