A derrota de Napoleão Bonaparte na Rússia não foi selada apenas pelo inverno rigoroso. Um inimigo invisível, a bactéria, teve um papel crucial ao dizimar suas tropas. A revelação publicada na sexta-feira (24/10) pela revista especializada Current Biology mostra como fatores inesperados podem reescrever a história, mas o exército francês não foi o único a sucumbir a uma causa surpreendente.
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Em 1812, Napoleão invadiu a Rússia com um exército de mais de 600 mil homens. Apenas alguns meses depois, menos de 100 mil retornaram. O inverno russo é famoso por sua brutalidade, mas não foi o único culpado. Análises de valas comuns revelaram a presença de bactérias causadoras de tifo e febre das trincheiras.
Transmitidas por piolhos em condições de higiene precárias, as doenças se espalharam rapidamente entre as tropas, matando mais soldados do que as próprias batalhas. Esse inimigo microscópico minou a força do exército francês, transformando a campanha em um dos maiores desastres militares da história.
O destino de grandes civilizações muitas vezes foi determinado por eventos que fugiam do controle de seus exércitos e imperadores. De mudanças climáticas drásticas a falhas de engenharia, a história está repleta de exemplos de potências que ruíram por motivos que poucos imaginariam.
Império Khmer e a falha hidráulica
Conhecido pelos templos de Angkor Wat, no atual Camboja, o Império Khmer dominou o Sudeste Asiático por mais de 600 anos. Sua força vinha de um complexo sistema de canais e reservatórios que controlava as monções e garantia colheitas abundantes.
No final do século 14, porém, essa mesma maravilha da engenharia se tornou sua ruína. Uma série de secas prolongadas, seguida por monções extremamente violentas, sobrecarregou e destruiu a infraestrutura hidráulica. Sem a capacidade de gerenciar a água, a produção de alimentos entrou em colapso, levando à queda do império.
A civilização maia e a seca secular
A sofisticada civilização maia, que floresceu na América Central, entrou em declínio acentuado por volta do ano 900. Por muito tempo, o motivo foi um mistério, mas estudos recentes apontam para uma catástrofe climática: uma seca que durou quase um século.
A falta de chuvas dizimou a agricultura, base da sociedade maia. Com a escassez de alimentos, as cidades-estado entraram em conflito por recursos, a população se dispersou e os grandes centros urbanos foram abandonados, pondo fim a uma das culturas mais avançadas de seu tempo.
Vikings na Groenlândia e a Pequena Idade do Gelo
Por volta do ano 1000, os vikings estabeleceram colônias bem-sucedidas na Groenlândia, aproveitando um período de clima relativamente ameno. Eles prosperaram por séculos, mas não conseguiram se adaptar quando o planeta mudou. A chegada da Pequena Idade do Gelo, no século 14, tornou o cultivo impraticável e bloqueou as rotas marítimas com gelo.
Isolados e sem conseguir produzir alimentos, os assentamentos vikings foram gradualmente extintos, desaparecendo completamente no século 15. Sua queda é um exemplo clássico de como a incapacidade de adaptação ambiental pode levar uma sociedade ao fim.
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Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.
