O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (10/10) tarifas adicionais de 100% sobre a China a partir de 1º de novembro, devido aos controles "extraordinariamente agressivos" que o gigante asiático anunciou sobre suas exportações.

Os Estados Unidos também imporão seus próprios controles sobre as exportações de softwares de importância estratégica, a partir de 1º de novembro, acrescentou Trump em uma mensagem publicada em sua rede Truth Social.

O presidente americano expressou sua irritação com a decisão de Pequim de aplicar novas restrições às exportações de terras raras, um tema sensível nas relações entre Pequim e Washington.

Nas redes sociais, Trump afirmou que a China "estava se tornando muito hostil" e considerou que "será obrigado a contra-atacar financeiramente".

"Acabamos de saber que a China adotou uma posição extraordinariamente agressiva sobre o comércio, com o envio de uma carta extremamente hostil ao mundo, declarando que, a partir de 1º de novembro de 2025, imporia controles de exportação em larga escala sobre praticamente todos os produtos que fabrica — e até mesmo alguns que nem sequer fabrica", afirmou o magnata americano na Truth Social.

"É impossível acreditar que a China tenha tomado tal medida, mas o fez, e o resto é história", continuou.

Além disso, disse que cogita um aumento generalizado das tarifas sobre produtos chineses que entram nos Estados Unidos.

A escalada entre as duas principais economias do mundo agitou Wall Street: o Nasdaq perdeu 3,56% e o S&P 500, 2,71%.

Esse aumento de 100 pontos percentuais se somará à média de 30% de impostos alfandegários pagos atualmente pelos produtos chineses.

Terras raras 

Em uma longa publicação em sua rede Truth Social, Trump criticou duramente a imposição, por parte da China, de controles à exportação de terras raras e produtos fabricados com esses minerais a todos os países do mundo.

Esses minerais são fundamentais para a fabricação de diversos tipos de produtos, desde smartphones e veículos elétricos até equipamentos militares e componentes de energias renováveis.

"De forma alguma deve-se permitir que a China mantenha o mundo 'refém', mas esse parece ter sido seu plano já há bastante tempo", escreveu o republicano.

Trump também colocou em dúvida a realização de uma cúpula que tinha prevista com Xi em duas semanas, na Coreia do Sul — o primeiro encontro entre ambos os líderes desde o retorno do republicano à Casa Branca, em janeiro.

"Eu tinha planejado me reunir com o presidente Xi em duas semanas, na Apec, na Coreia do Sul, mas agora parece que não há motivos para isso", explicou.

No entanto, horas depois, ainda nesta sexta-feira, o presidente disse aos jornalistas no Salão Oval que não havia cancelado a reunião.

"Não sei se ela vai acontecer. De qualquer forma, estarei lá, então suponho que sim, que ela acontecerá", afirmou.

Na semana passada, Trump havia destacado a importância de se reunir com Xi na cúpula de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico e anunciou que visitaria a China em 2026.

O mandatário americano disse estar surpreso com a atitude de Pequim, após o que considerou seis meses de boas relações entre ambos. "Coisas muito estranhas estão acontecendo na China! Está se tornando muito hostil", declarou Trump.

Washington e Pequim se envolveram em uma guerra tarifária logo após o retorno de Trump. Embora ambas as partes tenham concordado em uma trégua quando as tarifas mútuas chegaram à casa dos três dígitos, o aumento das tensões demonstra a instabilidade das relações bilaterais.

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Na semana passada, o republicano havia afirmado que exigiria de Xi a compra de mais soja dos agricultores americanos — considerados fundamentais para sua vitória nas eleições presidenciais de 2024.

Pequim também anunciou nesta sexta-feira que aplicará "tarifas portuárias especiais" a navios operados ou construídos pelos Estados Unidos, uma medida que Washington aplica desde abril a embarcações vinculadas à China.

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