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Moradores da Penha recuperam dezenas de corpos após operação mais letal do Rio

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Em meio a soluços, moradores do Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, enfileiraram mais de 40 corpos em uma praça na manhã desta quarta-feira (29), um dia após a operação policial mais sangrenta da história da cidade contra o tráfico, observou a AFP. 

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Ainda não há informações oficiais sobre se esses corpos fazem parte dos 60 supostos criminosos mortos na operação, segundo informações divulgadas pelo governo do Rio, além de quatro policiais que também morreram. 

Questionada pela AFP, a assessoria do governo do estado informou não ter, no momento, informações sobre os corpos encontrados pelos moradores e colocados na Praça São Lucas, perto de uma das principais vias do Complexo da Penha.

Segundo o governo do estado, a "Operação Contenção" foi a maior da história do Rio e envolveu 2.500 agentes mobilizados.

A AFP viu um corpo com a cabeça esmagada e alguns moradores denunciaram o que chamaram de "execuções". 

"Pessoas executadas, muitas delas com tiro na nuca, com tiro nas costas, isso jamais pode ser considerado segurança pública", disse o ativista Raull Santiago, de 36 anos, morador do Complexo do Alemão, região que também foi alvo da operação.

"Evidente ali as execuções, marca de queimadura, ou seja, pessoas amarradas, você tem pessoas ali que foram rendidas e assassinadas friamente", disse à AFP o advogado Albino Pereira Neto, que representa três famílias que perderam parentes. 

Na terça-feira, o Rio de Janeiro viveu cenas de guerra: tiroteios, incêndios e confrontos entre policiais e supostos criminosos, que usaram ônibus como barricadas e drones para lançar "bombas", segundo as autoridades. 

A operação tinha como objetivo enfraquecer o Comando Vermelho, principal grupo criminoso do Rio de Janeiro.

O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), ordenou o reforço do patrulhamento em todo o estado, principalmente nas principais rodovias, vias de acesso à região metropolitana e no transporte público, segundo um comunicado de seu gabinete. 

Uma delegação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajará ao Rio de Janeiro nesta quarta-feira para uma "reunião de emergência" com Castro. Diversos ministros se reuniram em Brasília na terça-feira para avaliar a crise, enquanto Lula retornava de uma viagem pelo sudeste asiático.

A megaoperação causou caos pela cidade. Aulas foram suspensas, o transporte público entrou em colapso e milhares de moradores ficaram presos, sem conseguir voltar para casa. 

Organizações internacionais e grupos da sociedade civil condenaram a operação. A ONU disse estar "horrorizada" e 30 entidades, incluindo a Anistia Internacional, denunciaram a ação que põe a cidade "em estado de terror".

ip-ll/app/dga/aa/fp

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