Polícia realiza 7ª prisão relacionada a triplo feminicídio na Argentina durante entrevista para TV
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Siga noA polícia da Argentina prendeu nesta segunda-feira (29) uma sétima pessoa, enquanto ela concedia uma entrevista à televisão, pelo triplo feminicídio em Buenos Aires supostamente vinculado ao tráfico de drogas e cujos detalhes escabrosos chocaram o país, informou a polícia à AFP.
Na semana passada, os corpos de três jovens que tinham desaparecido na sexta-feira anterior foram encontrados nas imediações de Buenos Aires, em um crime que foi transmitido pelas redes sociais para um grupo fechado como um espécie de "lição" por parte de um chefe do tráfico, segundo autoridades locais.
A polícia capturou a Florencia Ibáñez enquanto ela dava uma entrevista, depois que vieram à tona imagens nas quais ela aparece em um veículo pertencente a um tio, Víctor Sotacuro, que foi detido na última sexta-feira em Villazón, cidade boliviana fronteiriça com a Argentina.
Os investigadores suspeitam que o veículo foi utilizado como apoio à van branca que transportou as três vítimas até a casa onde elas foram assassinadas.
Sotacuro foi vinculado à van branca na qual as vítimas embarcaram após serem supostamente enganadas com uma oferta de trabalho sexual, segundo reportagens da imprensa argentina.
Na enterevista, Ibáñez garantiu que não tem ligação com o crime. Minutos depois, o âncora televisivo anunciou: "Chegou a polícia da cidade a [o canal] A24 para prender Florencia Ibáñez."
Fontes policiais confirmaram à AFP que a "Polícia da Província [de Buenos Aires] solicitou colaboração à Polícia da Cidade para a prisão de Florencia, sobrinha de um dos detidos pelo triplo crime".
Ibáñez prestará depoimento nesta terça-feira perante o promotor do caso, informou seu advogado à imprensa local.
Morena Verdi, de 20 anos; Brenda del Castillo, de 20; e Lara Gutiérrez, de 15, foram torturadas antes de serem assassinadas. O triplo feminicído foi transmitido pelas redes sociais para um grupo fechado de 45 usuários, revelou o ministro da Segurança da província de Buenos Aires, Javier Alonso, que classificou o ocorrido como um ato "disciplinador" por um suposto roubo de drogas.
O crime gerou forte repúdio da sociedade argentina, que se cristalizou em uma manifestação no sábado, quando milhares de pessoas marcharam até o Congresso da Nação em Buenos Aires aos gritos de justiça.
A polícia está à procura de "Pequeño J", um cidadão peruano de 20 anos acusado de ordenar os crimes que operaria em Zavaleta, ao sul da capital argentina, e contra quem há um mandado de prisão internacional. As autoridades também estão atrás de seu suposto imediato, de 23 anos.
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