Bolsonaro nega ter descumprido restrições e afirma que PF busca 'desmoralizá-lo'
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Siga noA defesa de Jair Bolsonaro negou nesta sexta-feira que o ex-presidente tenha descumprido as medidas cautelares que lhe foram impostas no processo por tentativa de golpe de Estado, e acusou a Polícia Federal (PF) de tentar "desmoralizá-lo", segundo documento entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro, 70, está desde o começo do mês em prisão domiciliar preventiva imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, que considerou que ele violou a proibição de se manifestar nas redes sociais.
Em documento divulgado na última quarta-feira, a PF sustentou que Bolsonaro reincidiu no descumprimento de restrições. A análise de um telefone celular apreendido do ex-presidente revelou que ele se comunicou recentemente com outros envolvidos no processo, e que compartilhou pelo Whatsapp até 300 vídeos relacionados com manifestações de apoio em São Paulo e no Rio de Janeiro, apesar das proibições.
A polícia também encontrou um documento de 33 páginas que contém o rascunho de um pedido de asilo político ao presidente argentino, Javier Milei, datado de dias após a PF lançar a investigação por tentativa de golpe, em fevereiro de 2024. No rascunho, Bolsonaro alega ser vítima de perseguição política no país.
Moraes havia dado um prazo até hoje para a defesa de Bolsonaro dar explicações sobre o assunto. "O relatório da PF encaixa-se como uma peça política, com o objetivo de desmoralizar um ex-presidente da república (que, quer queiram as autoridades policiais ou não, ainda é um líder político), expondo sua vida privada e acusando-o de fatos tão graves quanto descabidos", disseram os advogados. "O objetivo é o massacre, a desmoralização. Ou seja, é 'lawfare' em curso."
Os advogados afirmaram que Bolsonaro cumpriu todas as determinações judiciais, permanecendo, inclusive, em sua residência quando lhe foi imposto o uso de tornozeleira eletrônica, uma medida posteriormente reforçada com a prisão domiciliar. "Um rascunho de pedido de asilo ao presidente argentino, datado de fevereiro de 2024, não pode ser considerado um indício de fuga", destacaram.
O processo judicial começou em abril, e o STF deve emitir uma decisão entre os próximos dias 2 e 12 de setembro.
ll/rsr/nn/lb