Primeiro-ministro da Eslováquia questiona permanência na Otan
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Siga noO primeiro-ministro eslovaco Robert Fico, defensor de uma reaproximação com a Rússia, ameaçou sair da Otan se a aliança militar decidir por um forte aumento dos gastos com defesa na cúpula marcada para a próxima semana.
Os países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se reúnem na próxima semana em Haia para discutir e presumivelmente aprovar um aumento do gasto militar, como reivindica o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Mas Fico, que lidera uma coalizão de governo nacionalista de três partidos, afirmou que o seu país, de 5,4 milhões de habitantes e vizinho da Ucrânia, não "tem os meios" para bancar esse aumento nos gastos.
A Eslováquia, que integra a aliança transatlântica e a União Europeia desde 2004, destina 2% do seu PIB à defesa, mas Trump pressiona os aliados europeus para elevar esse percentual para 5%.
"É completamente absurdo" gastar tanto em defesa, disse Fico, que comparou a organização a um clube de golfe.
Para ele, a escolha é "simples": ou a Eslováquia pode destinar esse gasto suplementar "como achar conveniente, especialmente para projetos de uso civil e militar como hospitais ou estradas, ou abandonamos a Otan", afirmou.
Desde que voltou ao poder em outubro de 2023 à frente de uma coalizão nacionalista de três partidos, Fico suspendeu a ajuda militar à vizinha Ucrânia e passou a defender negociações de paz.
Ele também se distanciou de Bruxelas e passou a fomentar uma melhora nas relações com o presidente russo Vladimir Putin, embora não tivesse criticado até agora a presença da Eslováquia na Otan.
A oposição classificou suas declarações como "escandalosas" e o presidente eslovaco e aliado de Fico, Peter Pellegrini, também criticou duramente essa fala.
"Nossa neutralidade será várias vezes mais cara que nossa permanência na Otan", disse.
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