A cidade canadense de Tilt Cove deixará de ser habitada após a mudança dos seus únicos quatro moradores para a vila vizinha, King's Point. Conhecida por ser a menor cidade do Canadá em termos populacionais, Tilt Cove está prestes a se tornar oficialmente desabitada. O motivo da mudança envolve questões de saúde, envelhecimento e acesso a serviços essenciais.

De acordo com o portal norte-americano CBC News, Don Collins, que viveu a maior parte de sua vida na pequena comunidade da Península de Baie Verte, é um dos que estão de mudança. Prefeito informal da cidade, Collins se mudou para a região aos 6 anos de idade e nunca mais saiu. Ao lado de sua esposa Margaret, criou uma família e reformou praticamente toda a casa onde viveu por 45 anos.

Tilt Cove contava com apenas dois casais - irmãos casados com irmãos - vivendo em um cenário bucólico, cercado por colinas e com vista para o oceano. O local, que já teve dias de glória com a mineração de cobre, hoje é um retrato silencioso do passado. Restam cerca de uma dúzia de casas, algumas em estilo tradicional e outras mais modernas, mas a vida por lá chegou a um ponto de inflexão.

Com a decisão da prefeitura de cortar o fornecimento de energia elétrica depois da partida das famílias, mesmo os moradores que ainda visitam a cidade esporadicamente serão afetados. O governo da província concedeu uma indenização pela mudança, cujo valor não foi divulgado por questões de confidencialidade.

Ainda segundo o site canadense, Collins revela que deixar o espaço não foi uma escolha fácil. "É um tormento depois de um tempo, porque não é algo que você queira fazer, mas faz por necessidade", comenta, referindo-se principalmente à dificuldade de enfrentar os rigorosos invernos da região.

Ele ressalta que, apesar da despedida, o vínculo com o antigo lar continuará sendo forte, visitando-o sempre que possível. "É onde quero estar. É para lá que minhas cinzas serão levadas", afirmou emocionado.

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A nova casa será em King's Point, localidade com infraestrutura mais completa e onde os casais terão apoio familiar. "Ainda estaremos juntos", disse, destacando que outros parentes também viverão lá.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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