Gestor de rede elétrica francesa diz não haver elementos para apontar energias renováveis como causa de apagão na Espanha
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Siga noO gestor da rede elétrica de alta tensão francesa, RTE, afirmou nesta segunda-feira (5) que não dispõe de elementos que indiquem que a produção eólica e solar seja "a causa do apagão" que afetou, na semana passada, a Espanha e Portugal.
A RTE ressaltou que a produção eólica e solar, que pouco antes do apagão representava cerca de 70% da produção elétrica espanhola, é "significativa", mas destacou que isso não é algo "sem precedentes", já que esse tipo de distribuição já foi registrado em 2024 e 2025.
"A RTE não dispõe de dados que indiquem que essa tenha sido a causa do apagão", disse em relação às energias renováveis. "As investigações em curso deverão analisar em que medida essa elevada proporção de energias renováveis pôde influenciar na propagação do incidente".
A ministra espanhola para a Transição Ecológica, Sara Aagesen, advertiu no fim de semana que levará "muitos dias" até que se conheça a origem do grande apagão na Península Ibérica, que paralisou a Espanha e também Portugal.
O gestor francês publicou nesta segunda-feira um documento em formato de perguntas e respostas em sua página na internet, algumas delas para desmentir diversas informações falsas que circularam nas redes sociais sobre incêndios ou condições atmosféricas que poderiam ter provocado o corte de energia.
Desde o apagão, alguns partidos políticos espanhóis acusam as energias renováveis de serem responsáveis pelo desequilíbrio entre a produção e a demanda de eletricidade, já que o gestor da rede não controla a insolação nem o vento.
No entanto, os operadores destacaram que, em outros cortes, os problemas surgiram na rede de transmissão, e não nas centrais de produção.
O gestor francês estimou que os resultados das investigações realizadas em escala europeia "não serão conhecidos nos próximos dias".
A entidade francesa ressaltou que a legislação europeia estabelece que a investigação e a análise do incidente devem ser realizadas pela Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade, ENTSO-E.
Essa associação anunciou, em 1º de maio, a criação de um grupo de especialistas que deverá apresentar seu relatório em, no máximo, seis meses após a data do incidente, com etapas intermediárias de publicação da análise, das conclusões estabelecidas ao longo do estudo e de recomendações.
A RTE indicou que Espanha e Portugal dispõem de três meses para transmitir seus dados e que também contribuirá com informações pertinentes da rede francesa para determinar as causas do incidente.
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