Os Estados Unidos pediram, nesta quinta-feira (25), a Israel que prorrogue por mais um ano uma isenção que permite aos bancos israelenses cooperar com os bancos palestinos, para evitar o bloqueio de transações vitais na Cisjordânia ocupada.
"Alegro-me que Israel tenha permitido a seus bancos seguir cooperando com os bancos palestinos, mas sigo convencida de que é necessário prorrogar esta isenção por mais um ano para facilitar essa cooperação", disse nesta quinta a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, durante coletiva de imprensa no Rio de Janeiro, à margem de uma reunião de ministros das Finanças do G20.
Em maio, o ministro das Finanças israelense, Bezalel Smotrich, de extrema direita, ameaçou cortar este canal bancário vital entre Israel e a Cisjordânia ocupada em resposta ao reconhecimento do Estado da Palestina por três países europeus - Irlanda, Espanha e Noruega.
Smotrich havia informado ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que "não tinha a intenção de prorrogar" a garantia estatal que beneficia os "bancos correspondentes", uma medida anual que expirou em 30 de junho.
Nessa data, o ministro israelense acabou estendendo a isenção, mas apenas temporariamente, e não por um ano, segundo a imprensa israelense. O jornal Times of Israel, que menciona uma prorrogação de quatro meses, informou que essa decisão foi tomada durante uma reunião do gabinete, em troca de uma "contrapartida que permitiu a Israel legalizar vários assentamentos na Cisjordânia".
A ameaça israelense despertou grande preocupação nos Estados Unidos, que temiam "uma crise humanitária" na Cisjordânia.
Segundo Washington, estes canais bancários são essenciais para permitir cerca de 8 bilhões de dólares (R$ 45 bilhões) em importações de Israel, incluindo eletricidade, água, combustível e alimentos.
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