O governo dos Estados Unidos garantiu, nesta terça-feira (14), que a Geórgia ainda tem tempo para "mudar de rumo" após a aprovação, apesar dos protestos multitudinários, de uma polêmica lei que proíbe a "influência estrangeira".

"Nossa opinião é que o governo georgiano deve mudar de rumo", disse a jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado americano, Vedant Patel. 

A Casa Branca também alertou que Washington poderia "reavaliar" seus laços com o país do Cáucaso. 

O Parlamento georgiano aprovou, nesta terça-feira, uma legislação que estipula que ONG e organizações de imprensa que recebam mais de 20% do seu financiamento do exterior se registrem como entidades que servem aos “interesses de potência estrangeira”. 

Cerca de 2.000 manifestantes, a maioria jovens, reuniram-se em frente à sede parlamentar para protestar contra a reforma, que os críticos dizem ser semelhante à usada na Rússia para silenciar a oposição.

Washington alertou repetidamente sobre o alcance desta lei ao ponto de o principal diplomata dos EUA para a Europa, Jim O'Brien, visitar o país. 

Patel mencionou as pesquisas que mostram que mais de 80% dos georgianos são a favor da adesão à União Europeia (UE) e alertou que a lei é “incompatível” com as aspirações da Geórgia de aderir ao bloco. 

“Também sabemos que o governo georgiano disse que quer aderir à UE e ter um relacionamento com organizações transatlânticas como a Otan”, disse Patel. 

“Coisas como esta legislação são inconsistentes com o objetivo declarado”, afirmou.

sct/sms/arm/nn/mar/jb/mvv