Milhares de manifestantes marcharam pacificamente pela cidade sueca de Malmö nesta quinta-feira (9), para protestar contra a participação de Israel no festival Eurovision, devido à guerra na Faixa de Gaza. 

O protesto, que reuniu cerca de 5 mil pessoas, aconteceu poucas horas depois da apresentação da cantora israelense Eden Golan na semifinal do evento musical. 

Os participantes levantaram bandeiras e faixas palestinas criticando a União Europeia de Radiodifusão (EBU), que organiza o festival. 

“A UER legitima o genocídio”, “Não se pode fazer uma lavagem cor-de-rosa no colonialismo”, bradaram alguns deles, em um dia que colocou tensão neste evento de música kitsch e pop no qual competem artistas de 26 países. 

A cantora Eden Golan, que recebeu ameaças nas redes sociais, participará à noite da segunda semifinal, para tentar chegar à última rodada da competição, que será realizada no sábado às 16h pelo horário de Brasília. 

Com apostas originais, Croácia, Suíça e Ucrânia são as favoritas para ganhar.

- Medidas de segurança -

A guerra em Gaza ofuscou o conflito na Ucrânia iniciado em fevereiro de 2022. 

“Deve haver manifestações, as pessoas devem expressar as suas opiniões, devem boicotar”, disse à AFP Magnus Børmark, um candidato norueguês do seu grupo Gåte, que, como outros oito participantes, apelou publicamente a um cessar-fogo duradouro em Gaza.

Policiais vieram de toda a Suécia, bem como da Dinamarca e da Noruega como reforços. 

Na comunidade judaica, alguns planejam deixar a cidade no fim de semana. 

"Com o Eurovision, há uma espécie de intensificação. O sentimento de insegurança aumentou depois de 7 de outubro", quando um ataque mortal dos milicianos do Hamas em Israel desencadeou a guerra, "e muitos judeus estão preocupados", explica um dos seus porta-vozes, Fredrik Sieradzki. 

Segundo ele, as numerosas manifestações pró-Palestinas não levaram a apelos dirigidos diretamente contra os judeus da cidade. 

Contudo, a segurança em torno da sinagoga foi reforçada. No sábado, paralelamente à final, os ativistas organizarão uma primeira edição do Falastinvision, em solidariedade aos palestinos de Gaza.

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