As mulheres devem começar a fazer mamografias a cada 24 meses a partir dos 40 anos para reduzir o risco de morrer de câncer de mama, recomendou nesta terça-feira (30) o Grupo Especial de Serviços de Prevenção dos Estados Unidos.

Até agora, o grupo independente de especialistas, financiado pelo governo federal, defendia que as mulheres decidissem, com base em seu histórico de saúde, quando começar a fazer mamografias, reservando a recomendação obrigatória para aquelas com mais de 50 anos.

A nova diretriz foi estabelecida a partir de uma revisão das evidências e de um estudo publicado na revista Journal of the American Medical Association.

"Cada vez mais mulheres de 40 anos estão sendo diagnosticadas com câncer de mama, e as taxas aumentam aproximadamente 2% a cada ano, então essa recomendação fará uma grande diferença para as pessoas em todo o país", declarou em comunicado a presidente do grupo de serviços, Wanda Nicholson. 

"Iniciando os exames em todas as mulheres aos 40 anos, podemos salvar quase 20% mais vidas", acrescentou.

O câncer de mama é o segundo tipo mais comum da doença e a segunda causa de morte por câncer entre as mulheres nos Estados Unidos, que contabilizou mais de 43.000 em 2023.

As mulheres negras têm 40% mais chances de morrer dessa doença do que as brancas, então garantir que comecem a fazer exames aos 40 anos "tem um benefício potencial ainda maior" para elas, afirmou Nicholson.

A nova recomendação é aplicada para quase todas as mulheres, tanto as com risco médio de câncer de mama quanto as com histórico familiar ou mamas densas.

Quase metade das mulheres tem o que é conhecido como tecido mamário denso, que geralmente só é descoberto durante sua primeira mamografia.

O tecido mamário denso aumenta o risco de câncer de mama e significa que as mamografias podem não funcionar tão bem para elas.

"Infelizmente, ainda não há evidências suficientes para que o grupo de serviços recomende a favor ou contra triagem adicional com ultrassom mamário ou ressonância magnética", afirma a organização, que pede mais pesquisas.

Isso não se aplica, entretanto, a quem tem histórico da doença, apresenta um risco muito alto devido a certos marca-passos genéticos ou possui uma lesão detectada em biópsias anteriores.

De acordo com o grupo de trabalho, a nova recomendação se aplica até os 74 anos, idade a partir da qual a relação benefício-risco é incerta.

Embora o rastreamento seja uma ferramenta poderosa na luta contra o câncer, também tem seus limites, segundo o grupo de trabalho, que explica o motivo de não recomendar mamografias anuais.

O excesso de exames aumenta o número de danos, como falsos positivos ou receber um tratamento desnecessário.

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