Um russo que foi a uma delegacia de Moscou para denunciar uma agressão foi acusado de "desacreditar" o Exército russo por usar o cabelo tingido de azul e amarelo, as cores da bandeira ucraniana, segundo ONGs. 

O grupo de defesa de direitos OVD-Info disse nesta terça-feira (30) que Stanislav Netesov foi a uma delegacia do centro de Moscou no fim de semana após ser assaltado em um ponto de ônibus. O homem usava o cabelo tingido de azul, amarelo e verde, assegurou essa ONG. 

"Os agentes da polícia decidiram que o estilo de cabelo de Netesov simbolizava a Ucrânia e desacreditava o Exército russo, e iniciaram uma ação contra ele", afirmou o grupo. 

Os policiais disseram a Netesov que deveria "beijar sua terra natal nas trincheiras" e o entregaram um panfleto de um centro de recrutamento, disse OVD-Info. 

Desde o início da ofensiva contra a Ucrânia, a Rússia impôs uma forte repressão contra a dissidência e puniu milhares por criticar a atuação do Kremlin. 

Também durante no fim de semana, uma pediatra moscovita de 67 anos foi enviada à prisão por dois meses acusada de divulgar "mentiras" sobre as Forças Armadas. 

O caso contra a doutora Nadezhda Buyanova começou pela denúncia da viúva de um soldado que, em um vídeo publicado nas redes, a acusou de dizer que seu marido era "um objetivo legítimo para a Ucrânia". 

Buyanova negou ter dito essas palavras e os grupos de defesa de direitos humanos destacam que não foi apresentada ante o tribunal nenhuma gravação da conversa entre ambas. 

No entanto, o tribunal a mandou "para a prisão até 25 de junho", disse seu advogado Oskar Cherdzhiyev. 

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