O governo do Haiti revelou na terça-feira, em um decreto oficial, os nomes dos integrantes do esperado conselho presidencial de transição, uma etapa adicional para a instalação do órgão que pretende restaurar a ordem na empobrecida nação caribenha, muito afetada pela violência.

A criação do conselho havia sido anunciada em uma resolução anterior, publicada na sexta-feira no jornal oficial "Le Moniteur", um mês após o primeiro-ministro Ariel Henry anunciar sua renúncia em meio a uma onda de ataques de grupos criminosos na capital.

Os nove grupos e partidos políticos que estarão representados no conselho, no entanto, afirmaram um dia depois que ficaram "profundamente surpresos" com o texto, alegando que introduzia "modificações importantes" a um acordo alcançado uma semana antes.

O decreto não mencionava os nomes dos integrantes do conselho.

O governo pediu então às "personalidades designadas" que apresentassem os documentos para aprovação. 

Isto gerou dúvidas sobre a implementação efetiva do conselho e provocou temores de que o governo rejeitaria alguns designados.

Em resposta, o decreto divulgado na terça-feira revela as identidades dos sete membros com direito a voto e de dois observadores sem esta prerrogativa.

O texto acrescenta, no entanto, que os designados "devem apresentar os documentos necessários em um prazo razoável e que, caso não consigam fazê-lo, serão obrigados a renunciar".

A lista inclui Smith Augustin, Louis Gérald Gilles, Fritz Alphonse Jean, Edgard Leblanc Fils, Laurent Saint-Cyr, Emmanuel Vertilaire e Leslie Voltaire.

Os observadores são Régine Abraham e Frinel Joseph.

O conselho tem a missão de garantir uma transição tranquila quando Henry – governante não eleito do Haiti desde o assassinato do presidente Jovenel Moise em 2021 – deixar o cargo, abrindo caminho para a organização de eleições presidenciais.

O Haiti não tem eleições desde 2016. Desde o assassinato de Moise, o país registra uma espiral de crises políticas e de segurança.

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