Os moradores de Jerusalém afirmaram neste domingo (14) que o ataque noturno do Irã, com drones e mísseis, foi "assustador", mas que confiam no sistema de defesa de seu país, e alguns, inclusive, clamam por vingança.

A cidade amanheceu aparentemente com normalidade, sem que houvesse qualquer mudança em seu principal mercado ou nas estações de trem e ônibus.

Israel diz que "frustrou" o inédito ataque dos iranianos com a ajuda dos Estados Unidos e de outros aliados, mas os cidadãos de Jerusalém se disseram preocupados.

"A situação é realmente assustadora porque temos medo do que pode acontecer e de todos os bombardeios e aviões que estão chegando", afirmou Ayala Salant, uma moradora de Jerusalém de 48 anos.

"Contudo, estamos muito felizes com a aliança que nos ajudou, porque a maioria dos aparelhos voadores e mísseis não chegaram a Jerusalém", acrescentou. "Esperamos que esta escalada termine logo".

Por sua vez, Yishai Levi, de 67 anos, quis destacar que "mais uma vez, [Israel] provou sua superioridade tecnológica [...] e controlou a situação de uma forma impressionante".

O ataque, que começou na noite de sábado, veio depois de o Irã lançar diversas ameaças, garantindo querer se vingar após o bombardeio mortal contra seu consulado em Damasco, na Síria, em 1º de abril. Uma agressão da qual a República Islâmica responsabilizou Israel.

O ataque marca uma importante escalada na longa guerra encoberta que travam esses dois arqui-inimigos regionais, e acontece em um contexto de guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza.

- 'Temos que responder' -

Mas Sharin Avraham, de 31 anos, assinalou que "lutar contra um Estado é uma guerra diferente" e o ataque iraniano exige uma resposta por parte de Israel.

"Temos que responder porque o Irã é um país", insistiu. "O Estado de Israel necessita mostrar que somos fortes e que isso não é algo que podemos deixar passar. Não somos o saco de pancadas do mundo."

Os aliados do Irã também realizaram ataques coordenados contra posições israelenses. Mais cedo neste domingo, os alarmes soaram em muitos pontos de Jerusalém e foram ouvidas explosões, constataram os correspondentes da AFP.

Gil, um morador de Jerusalém de 30 anos que não quis dar seu sobrenome, afirmou que não estava com "muito medo".

"Foi lindo ver que o Ocidente está conosco e nos ajudou com as interceptações", disse.

Mas no norte de Israel, perto da fronteira com o Líbano, os moradores com os quais a AFP conversou pareciam mais inquietos.

"Não estamos em uma ilha. Há gente no nosso entorno, por isso estamos preocupados", indicou Waheb Khalayla, una enfermeira aposentada de 68 anos que vive no povoado de Majd al Krum.

"Temos medo de que exploda uma guerra que afete a vida diária e a economia", acrescentou a mulher.

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