O Banco Central Europeu (BCE) manteve, nesta quinta-feira (11), as taxas de juros da zona do euro, preparando o terreno para uma possível redução das taxas em junho, à espera da eventual desaceleração da inflação. 

O BCE manteve a sua política monetária inalterada pela quinta vez consecutiva e deixou a taxa de juros de referência em 4,0%, o seu nível mais alto desde o lançamento do euro em 1999. 

A taxa de refinanciamento e a taxa marginal de empréstimo mantiveram-se em 4,50% e 4,75%, respectivamente. 

Se a "avaliação atualizada" das perspectivas de inflação e do impacto da política monetária na economia "reforçar ainda mais a confiança" em uma convergência sustentável dos aumentos de preços em direção ao objetivo de 2%, o BCE consideraria "adequado" reduzir a política monetária, disse o emissor europeu em um comunicado.

A inflação na zona do euro caiu para 2,4% na comparação anual em março, menos 0,2 ponto percentual do que o registrado em fevereiro, aproximando-se da meta do banco central. 

O BCE destacou que "o aumento dos salários está desacelerando gradualmente e as empresas estão absorvendo parte do aumento dos custos laborais através dos seus lucros". 

Os aumentos anteriores das taxas de juros "continuam pesando sobre a demanda, contribuindo para a moderação da inflação", declarou a entidade, que alertou que as pressões internas sobre os preços continuam fortes.

Os governadores do emissor lançaram uma estratégia de contração monetária para controlar o surto inflacionário causado pela invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022. 

Mas o aumento das taxas atingiu as economias dos 20 países da zona do euro, prejudicando a demanda, à medida que as famílias e as empresas enfrentam custos crescentes de crédito e hipotecas. 

A instituição com sede em Frankfurt aguardará por mais indicadores antes de decidir, na sua próxima reunião, em junho, se haverá condições para um corte nas taxas.

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