Um médico palestino-americano disse que saiu de um ato do ramadã com Joe Biden na Casa Branca para mostrar sua solidariedade com os civis da Faixa de Gaza e em protesto contra o apoio do presidente dos Estados Unidos a Israel.

Thaer Ahmad contou à CNN que deixou a reunião entre Biden e membros da comunidade muçulmana na terça-feira (2) em protesto pela "retórica" americana de apoio a Israel.

"Fiz ele saber que pertenço a uma comunidade que está abalada. Estamos de luto. Estamos de coração partido pelo que aconteceu nos últimos seis meses", declarou Ahmad, médico de emergência de Chicago.

"Disse que por respeito a minha comunidade, por respeito a todas as pessoas que sofreram, que morreram no processo, precisava abandonar a reunião", acrescentou. Segundo ele, Biden "disse que entendia".

A Casa Branca afirmou nesta quarta-feira que Biden respeita a postura do médico.

"O presidente respeita o direito de qualquer americano de protestar pacificamente", assegurou a porta-voz Karine Jean-Pierre em coletiva de imprensa. "Ele entende que este é um momento doloroso para muitos americanos."

Biden reduziu o tradicional evento pelo mês sagrado muçulmano do ramadã, em meio à crescente fúria por seu apoio à ofensiva israelense em Gaza em retaliação ao ataque do movimento islamista palestino Hamas em seu território em 7 de outubro.

Os líderes muçulmanos se reuniram com o presidente, mas pediram que não houvesse o jantar de ruptura do jejum, e Biden só realizou uma pequena refeição separadamente com os funcionários muçulmanos da Casa Branca.

As tensões em torno de Gaza se elevaram esta semana depois que um ataque aéreo israelense matou na segunda-feira sete trabalhadores humanitários de uma ONG sediada nos Estados Unidos, a World Central Kitchen.

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