O Hamas está "aberto a continuar as negociações" para um cessar-fogo em Gaza, declarou neste domingo (10/03) Ismail Haniyeh, o líder do movimento islamista palestino em guerra com Israel, poucas horas antes do início do ramadã em vários países muçulmanos.

"Digo claramente que quem tem a responsabilidade de não chegar a um acordo é a ocupação [israelense], mas digo que estamos abertos a continuar as negociações, seja qual for a forma", assegurou em uma mensagem transmitida pela televisão.



"Se recebermos de nossos irmãos mediadores um compromisso claro do ocupante de se retirar [da Faixa de Gaza], pôr fim à sua agressão e permitir o retorno das pessoas deslocadas, estamos dispostos a avançar e mostrar flexibilidade na troca [de reféns e prisioneiros]", acrescentou.

O chefe do Hamas especificou que esteve em contato com os mediadores - Egito, Catar, Estados Unidos - "algumas horas" antes de seu discurso, embora, assim como na última semana, não tenha havido resultados concretos para alcançar um cessar-fogo antes do início do ramadã, o mês de jejum muçulmano, que começa na segunda-feira.

 

Cessar-fogo definitivo

 

O Hamas, que governa Gaza desde 2007, pede um cessar-fogo definitivo e que Israel retire suas tropas do estreito território.

 

Homem caminha em meio aos escombros de uma mesquita em Rafah, na Faixa de Gaza

AFP

 

Israel, por outro lado, exige que o grupo islamista lhe entregue uma lista precisa dos reféns que ainda estão vivos. O Hamas afirmou que desconhecia quem deles estava "vivo ou morto".

No ataque do Hamas que desencadeou a guerra em 7 de outubro, os combatentes islamistas capturaram cerca de 250 pessoas no sul de Israel. As autoridades israelenses calculam que 130 ainda estão cativas em Gaza e que 31 delas teriam falecido.

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