Honduras enviará uma missão de observadores às eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela, em apoio ao que considera como "processos livres", anunciou, nesta quarta-feira (27), a presidente Xiomara Castro, aliada de seu contraparte venezuelano, Nicolás Maduro, que busca um terceiro mandato.

"Meu Governo vai enviar uma missão de observação e acompanhamento ao Povo Venezuelano nas próximas eleições de 28 de julho", escreveu na rede X a presidente de esquerda, que gerou polêmica há alguns dias ao cumprimentar o presidente russo, Vladimir Putin, por sua reeleição, questionada pela comunidade internacional.

O processo eleitoral na Venezuela também tem sido criticado pela proximidade entre o governo e os organismos eleitorais, e a impossibilidade de disputa no pleito da líder opositora María Corina, que venceu com folga as primárias em 2023, mas está inabilitada politicamente.

A indicada de Machado, a professora universitária Corina Yoris, não conseguiu se inscrever depois que de ter bloqueado seu acesso à plataforma automatizada.

A oposição conseguiu registrar duas candidaturas no Conselho Nacional Eleitoral, as de Manuel Rosales e Edmundo González Urrutia, e agora busca evitar uma "guerra interna" que favoreça Maduro.

O presidente venezuelano, no poder desde 2013, aspira a um terceiro mandato de seis anos.

"Apoiamos processos livres, justos, independentes e transparentes como pilar fundamental da democracia na América Latina e no Caribe. Sem ingerência estrangeira", acrescentou a esposa do ex-presidente Manuel Zelaya, deposto em um golpe de Estado em 2009 por várias causas, entre elas sua proximidade com o então presidente venezuelano Hugo Chávez.

Castro exerce a presidência "pro tempore" da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e foi desautorizada por uma dezena de países da região por ter parabenizado Putin em nome do bloco "por sua vitória convincente nas eleições da Rússia".

"A mensagem emitida pela Presidenta Castro [...] deve ser entendida exclusivamente como uma declaração realizada em sua condição de Presidenta de Honduras", dizia o comunicado assinado por Argentina, Chile, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.

Castro respondeu que tinha "todo o direito de se apresentar em sua condição de Presidenta Pro Témpore, sem que isto signifique que se tratem de declarações da CELAC".

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