A Casa Branca se declarou "perplexa" pela decisão de Israel de cancelar a visita de uma delegação com a qual deveria abordar sua preocupação diante de uma possível incursão no sul de Gaza.

Israel cancelou uma missão de alto nível em Washington, depois que os Estados Unidos se abstiveram na votação na ONU de uma resolução sobre um "cessar-fogo imediato" em Gaza, uma medida que, segundo o escritório do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, prejudica sua luta contra o grupo islamista Hamas.

"Estamos um pouco perplexos com o cancelamento", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, à imprensa, afirmando que "parece que o escritório do primeiro-ministro israelense está tentando transmitir a sensação de que há um desacordo, quando não há".

Kirby havia dito anteriormente que Washington estava "muito decepcionado" com a ausência da delegação e que a abstenção no Conselho de Segurança "não representa uma mudança" na política dos Estados Unidos.

Fomos consistentes em nosso apoio a um cessar-fogo como parte de um acordo sobre os reféns", afirmou, referindo-se aos esforços para libertar as aproximadamente 130 pessoas que se acredita ainda estarem detidas em Gaza após terem sido sequestradas no ataque do Hamas em 7 de outubro.

A guerra eclodiu nesse dia após o ataque dos combatentes islamistas em Israel, que causou cerca de 1.160 mortes, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados israelenses.

A resposta de Israel deixou pelo menos 32.333 mortos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que governa este território palestino desde 2007.

Os Estados Unidos têm apoiado Israel com apoio militar e diplomático, mas não escondem sua frustração com Netanyahu à medida que o número de vítimas civis aumenta na Faixa de Gaza.

Embora a viagem da delegação de alto nível tenha sido cancelada, uma visita nesta semana do ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, está confirmada.

Kirby afirmou que Gallant se reunirá na terça-feira com o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, enquanto o Pentágono confirmou que o ministro israelense se reunirá com o secretário de Defesa, Lloyd Austin, no dia seguinte.

Austin "continua planejando se encontrar com o ministro Gallant", disse o porta-voz do Pentágono, Pat Ryder, aos jornalistas.

Nessa reunião, Austin e Gallant discutirão "os esforços para garantir a libertação de todos os reféns sob o controle do Hamas" e "a necessidade de mais ajuda humanitária para os civis palestinos", completou Ryder.

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