O Tribunal de Apelações de L'Aquila (centro) recusou-se, nesta quarta-feira (13), a extraditar o palestino Anan Yaeesh detido nesta cidade para Israel, porque poderia sofrer "tratamento cruel e desumano". 

Segundo o veredicto do Tribunal, do qual a AFP obteve uma cópia, em caso de extradição para Israel, "ele corre o risco de sofrer tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes, assim como outros atos de violação dos direitos humanos".

O palestino Anan Yaeesh está detido desde 29 de janeiro após a apresentação de um pedido de extradição por parte de Israel "pela suposta participação de Anan, na Itália, em um grupo que operava no campo de refugiados de Tulkarem", na Cisjordânia, afirmou seu advogado Flavio Rossi Albertini.

O Tribunal de Apelações também cita relatórios de ONGs "de confiança a nível internacional, como a Anistia Internacional ou a Human Rights Watch (…), que se referem a condições de detenção nas prisões israelenses que são muito difíceis para os cidadãos palestinos, caracterizadas por superlotação, violência física, más condições de higiene e falta de cuidados médicos, degradadas pelo conflito atual". 

A extradição não é possível porque Anan Yaeesh "está sendo processado criminalmente pela promotoria de L’Aquila pelos mesmos fatos que estão na base do pedido de extradição". 

Dois outros palestinos foram presos na segunda-feira em L'Aquila, suspeitos com Anan Yaeesh de "associação para cometer crimes para fins de terrorismo", segundo um comunicado da polícia. 

Os três são suspeitos de terem "planejado atentados, incluindo ataques suicidas, contra alvos civis e militares em território estrangeiro", acrescenta o comunicado, sem especificar o país alvo do plano.

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