A dívida pública da América Latina e do Caribe diminuiu entre 2020 e 2023, aproximando-se dos níveis pré-pandêmicos, revelou o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) nesta segunda-feira (11).

"Como resultado dos esforços de ajuste fiscal na região, a dívida pública está diminuindo e se aproxima de níveis anteriores à pandemia", assegurou a instituição em um informe.

A dívida pública teve uma redução de 11 pontos percentuais em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), passando de 71% em 2020 para 66% em 2021, 62% em 2022 e 60% em 2023, explica.

No ano passado, a redução foi menos pronunciada devido a um crescimento menor do PIB, sobretudo nas "economias dependentes do turismo", aponta o organismo no informe "¿Listos para despegar? Aprovechar la estabilidad macroeconómica para el crecimiento" (Prontos para decolar? Aproveitar a estabilidade macroeconômica para o crescimento, em tradução livre).

"Os problemas econômicos, as altas taxas de juros e um crescimento mais lento podem limitar o progresso" e gerar um aumento da dívida até 62% do PIB em 2026, alertou o BID.

Um dos fatores que influencia é o fenômeno meteorológico El Niño, caracterizado por altas temperaturas do mar.

Em 2023, o El Niño "teve um impacto considerável em toda a América Latina e o Caribe, e prevê-se que as repercussões continuem em 2024" porque, para além dos efeitos meteorológicos, "afeta adversamente as condições fiscais, limita o crescimento econômico e aumenta a inflação", afirma o BID.

O informe prevê que o El Niño "possa dar lugar a um aumento de 3% da dívida como percentual do PIB em três anos".

Em termos gerais, "as economias de América Latina e Caribe demonstraram uma fortaleza inesperada em 2023", com um crescimento de 2,1%, afirma a instituição em um comunicado.

O aumento do PIB será de 1,6% este ano e chegará a 2% em 2025, prevê o BID, que recomenda aos países implementar reformas.

"Embora os países da América Latina e do Caribe estejam preparados para contribuir com a demanda mundial em setores críticos como segurança alimentar, energias renováveis e mudanças climáticas, precisam avançar nas reformas para aumentar a produtividade, melhorar a resiliência econômica e promover o crescimento sustentável", afirma Eric Parrado, economista-chefe do BID, citado em um comunicado.

Ele aconselha, por exemplo, implementar uma educação de qualidade, estimular as pequenas empresas, facilitar o acesso aos mercados globais, atrair o investimento estrangeiro direto e melhorar o mercado de crédito.

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