A empresa petrolífera saudita Aramco anunciou neste domingo (10) uma queda de 24,7% nos lucros em 2023, devido aos preços mais baixos do petróleo e aos cortes na produção.

A Aramco, gigante da energia saudita, disse em um comunicado que seu lucro atingiu 454,7 bilhões de riais (cerca de 603 bilhões de reais) em 2023, abaixo do recorde de 604,01 bilhões de riais (801 bilhões de reais) no ano anterior.

"O declínio reflete principalmente o impacto da queda dos preços do petróleo bruto e o enfraquecimento das margens de refino e produtos químicos", disse a Aramco, de propriedade de 90% do Estado saudita, em um comunicado.

A empresa petrolífera, assim como outros gigantes do petróleo, registrou lucros recordes no ano passado, pois os preços subiram para US$ 130 por barril devido à invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, mas também devido à recuperação econômica pós-covid.

Em 2023, os preços do petróleo caíram para US$ 85 (R$ 424 na cotação da época) o barril, pressionados pelo risco de recessão em todo o mundo.

No entanto, a Aramco registrou seu "segundo maior lucro de todos os tempos" em 2023, disse o CEO da empresa petrolífera, Amin Naser, que oferecerá aos acionistas um aumento de 30% nos dividendos em comparação com o ano anterior.

"Nossa resiliência e adaptabilidade contribuíram para fluxos de caixa saudáveis e um alto nível de lucratividade, apesar do ambiente econômico desafiador", acrescentou Naser. 

Os preços do petróleo podem subir para cerca de US$ 88 por barril e chegar a US$ 90 até o final de 2024, principalmente devido às incertezas globais sobre a guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, de acordo com um relatório publicado em outubro pela Jadwa Investment, sediada em Riade. 

O anúncio dessa queda nos lucros ocorre depois que a transferência de uma nova parcela de ações da gigante do petróleo para o Fundo de Investimento Público (PIF) foi divulgada na quinta-feira.

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