A presidente peruana Dina Boluarte nomeou, nesta quarta-feira (6), o diplomata de centro-direita Gustavo Adrianzén como seu novo primeiro-ministro, substituindo Alberto Otárola, que deixa o governo envolvido em um escândalo de suposto tráfico de influência.

Em uma cerimônia sem discursos, Boluarte empossou o advogado Adrianzén, de 57 anos, que atuava como representante do Peru na Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington.

Na ocasião, o novo primeiro-ministro defendeu a gestão do governo durante a crise desencadeada pela repressão aos protestos contra a ascensão de Boluarte ao poder, em dezembro de 2022, após a destituição de Pedro Castillo - preso e processado por sua tentativa fracassada de dissolução do Congresso.

Adrianzén entra no local de Otárola, o ex-homem forte de Boluarte, em crise após áudios divulgados durante o final de semana pelo canal Panamericana de Televisión.

Nas gravações, é possível escutar Otárola chamar de "amor" uma mulher que obteve, no ano passado, dois contratos com o Estado no valor de 53.000 sóis (cerca de R$ 69,2 mil) como assistente técnica administrativa no Ministério da Defesa.

Após o escândalo, o Ministério Público decidiu investigar o político por supostos crimes de corrupção, o que precipitou sua saída do governo.

Antes de se tornar o braço direito do governo, Otárola ocupou o Ministério da Defesa durante os tumultos que deixaram cerca de cinquenta mortos, a maioria pelas forças de segurança, segundo órgãos internacionais de direitos humanos.

Com uma taxa de desaprovação de 83%, a presidente manteve os demais ministros após a nomeação de Adrianzén como líder do gabinete.

O novo primeiro-ministro ocupou o Ministério da Justiça no governo do ex-presidente nacionalista Ollanta Humala (2011-2016), entre abril e outubro de 2015.

"O perfil político de Adrianzén é muito semelhante ao de seu antecessor. Não espero nenhuma mudança", afirma o analista político José Carlos Requena ao canal de televisão N.

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