A Polícia Civil de Minas Gerais anunciou, nesta terça-feira (5), a abertura de uma investigação sobre as circunstâncias da morte do cacique Merong Kamakã Mongoió, um famoso defensor dos direitos indígenas.

O líder da comunidade Pataxó Hã Hã Hãe, de 37 anos, faleceu na segunda-feira em Brumadinho, na região do Vale do Córrego de Areias, em Brumadinho, um território reivindicado por esse povo.

A Polícia Civil de Minas Gerais disse na rede social X que enviou "a perícia oficial ao local para realizar os primeiros levantamentos que irão subsidiar a investigação".

O corpo do cacique foi levado ao centro de medicina legal de Betim, a 45 km de Brumadinho.

Segundo a imprensa, a Polícia Militar considerou inicialmente o suicídio como a causa da morte. Mas a Polícia Civil, responsável pelas investigações, não confirmou a informação.

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) disse no Facebook que Merong "foi encontrado desacordado com sinais de enforcamento", e que foi socorrido, mas "não resistiu e faleceu".

Mas, ainda segundo a Apib, "parentes e amigos não acreditam nessa hipótese [de suicídio] e suspeitam ser assassinato".

Em um comunicado, a Fundação Nacional de Povos Indígenas (Funai) indicou que Merong "estava à frente da Retomada Kamakã Mongoió no Vale do Córrego de Areias em Brumadinho" e que o líder indígena "militava em defesa dos territórios de outras comunidades, como a Kaingáng, Xokleng e Guarani".

"Para o cacique, a terra significava vida e espiritualidade, razão para defendê-la ao máximo e em qualquer circunstância", disse a Funai na nota.

Várias organizações indígenas ou ambientalistas exigiram uma investigação exaustiva da morte do líder.

Os indígenas lutam há anos pela demarcação de suas terras ancestrais no país. Eles sofrem ameaças e violência de ruralistas e garimpeiros que buscam explorá-las.

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