A Armênia e o Azerbaijão concordaram nesta semana, após uma nova reunião em Berlim, em continuar as negociações de paz para resolver um conflito de décadas, informou o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha nesta sexta-feira (1º).

Os chefes das diplomacias da Armênia, Ararat Mirzoyan, e do Azerbaijão, Jeyhun Bayramov, passaram por dois dias de negociações em Berlim, após convite da alemã Annalena Baerbock, que destacou os "corajosos passos" em direção a um acordo de paz.

Nesta sexta-feira, um porta-voz alemão ressaltou que ambos os países têm "grande interesse em continuar esclarecendo as questões pendentes, e de se encontrar novamente com esse propósito".

A mesma fonte informou que o acordo para continuar as negociações é "um sinal muito bom" e observou que ambas as partes desejam trabalhar "passo a passo" em direção a um acordo de paz.

Na quinta-feira (29), os ministros das Relações Exteriores da Armênia e do Azerbaijão indicaram em comunicado que desejavam "continuar as negociações sobre os temas abertos".

As delegações estão desde quarta-feira realizando encontros em Berlim, em busca de um acordo entre os dois países do Cáucaso que travaram duas guerras pelo enclave de Nagorno Karabakh.

Em 17 de fevereiro, o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, e o presidente azerbaijano, Ilham Aliyev, concordaram em prosseguir as negociações entre os dois países em um encontro bilateral na Alemanha.

Nagorno Karabakh, de população majoritariamente armênia, proclamou sua independência em 1991 após o colapso da União Soviética. 

Desde então, o território foi palco de duas guerras entre o Azerbaijão e separatistas armênios - uma entre 1988 e 1994 e outra em 2020, vencida por Baku.

Nos últimos meses, várias rodadas de negociações foram feitas entre os dois países, mas sem sucesso.

A situação continua instável e incidentes armados acontecem regularmente. Os países se acusam mutuamente de disparos na fronteira.

Desde que Baku retomou o controle de Nagorno Karabakh em setembro de 2023, a Armênia suspeita que o Azerbaijão queira se apropriar de outros territórios.

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