O tribunal mercantil de Paris validou, nesta segunda-feira (26), o plano de salvaguarda da empresa de distribuição francesa Casino, abrindo as portas para a reestruturação de sua importante dívida e para a mudança de proprietários.

"Há lugar para a adoção do projeto de plano de salvaguarda acelerada apresentado", estimou o tribunal, que em sua decisão avaliou a dívida do grupo em quase 8 bilhões de euros em 2023 (cerca de R$ 43 bilhões, na cotação atual).

A reestruturação da Casino vai supor a eliminação de aproximadamente 5 bilhões de euros (R$ 27 bilhões) da dívida, a partir da injeção de 1,2 bilhão de euros (R$ 6,5 bilhões).

Mais de 900 milhões (R$ 4,8 bilhões) desta injeção de dinheiro virá do consórcio de compradores que vão assumir o controle da empresa, liderado pelo magnata tcheco Daniel Kretinsky. O aumento de capital acontecerá em março.

Além da troca de acionistas, a Casino enfrentará outras mudanças nos próximos meses, como a cessão de 288 grandes superfícies na França às rivais Auchan, Intermarché e Carrefour.

O futuro da empresa também inclui a cessão de suas atividades na América Latina, onde trabalham três quartos de seus 200.000 funcionários, segundo números do fim de 2022.

No final de janeiro, a companhia anunciou que obteve 400 milhões de dólares (R$ 1,9 bilhão) com a venda de suas ações do colombiano Grupo Éxito, também presente em Uruguai e Argentina, ao salvadorenho Grupo Calleja.

Já no Brasil, após a venda de sua participação na rede varejista Assaí em 2023, a empresa francesa ainda mantém sua participação no Grupo Pão de Açúcar.

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