O Exército e o serviço de segurança interna de Israel afirmaram, neste sábado (10), que descobriram um túnel do movimento islamista Hamas sob a sede da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) na Cidade de Gaza.

A UNRWA, que Israel acusa de estar "totalmente infiltrada pelo Hamas", indicou por sua vez que não ocupa sua sede desde 12 de outubro, cinco dias após o ataque do movimento palestino em território israelense que desencadeou a guerra em Gaza.

Segundo o Exército israelense e o Shin Bet, as operações militares na Cidade de Gaza nas últimas semanas levaram à descoberta de uma "entrada de túnel" perto de uma escola gerida pela agência humanitária da ONU.

Nos últimos dez anos, o Hamas escavou na Faixa de Gaza um grande número de túneis, nos quais Israel afirma que seus combatentes se escondem.

Em outubro, um estudo do Modern War Institute da academia norte-americana West Point identificou 1.300 túneis, que abrangem mais de 500 km de corredores subterrâneos.

"A entrada levava a um túnel terrorista subterrâneo que era um importante ativo para a inteligência militar do Hamas e passava por baixo do prédio que serve como sede principal da UNRWA na Faixa de Gaza", indicaram as fontes israelenses em um comunicado.

Também acrescentaram que "as instalações da UNRWA forneciam eletricidade para o túnel", que tinha 700 metros de comprimento e estava a 18 metros abaixo da terra, e que encontraram documentos e armas no recinto da ONU, o que "confirma que os escritórios também foram usados por terroristas do Hamas".

"Não utilizamos este prédio desde que o abandonamos e não temos conhecimento de qualquer outra atividade desenvolvida", respondeu a UNRWA, que deixou a sede por ordem das forças israelenses devido à intensificação dos bombardeios.

As acusações de Israel "merecem uma investigação independente, impossível neste momento, já que Gaza está em uma zona de guerra ativa", acrescentou.

Segundo Israel, 12 dos 13 mil funcionários da agência na Faixa de Gaza estiveram envolvidos no ataque do Hamas em 7 de outubro. Na semana passada, afirmou que demonstraria "os vínculos da UNRWA com o terrorismo".

A ONU está investigando internamente as acusações contra os funcionários, que foram demitidos, e o secretário-geral da organização, António Guterres, nomeou uma comissão independente para avaliar a "neutralidade" da agência.

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