Donald Trump tenta garantir a indicação republicana para a eleição presidencial dos Estados Unidos, agora que a corrida se reduziu a apenas dois adversários com a desistência no domingo (21) do governador da Flórida, Ron DeSantis, antes das primárias de terça-feira em New Hampshire. 

Salvo uma derrota neste estado do Nordeste, ou um apertado segundo lugar para sua única rival, Nikki Haley, o calendário para a nomeação de Trump como rival do presidente Joe Biden, em novembro, poderá se acelerar. 

O ex-presidente obteve uma vitória clara contra DeSantis em Iowa, na semana passada, com Haley em terceiro lugar. Até hoje, nenhum candidato deixou de conquistar a coroa republicana depois de vencer as primárias nos dois primeiros estados. 

Isto torna New Hampshire um tudo ou nada para Haley, que foi embaixadora da ONU no governo Trump e que aparece atrás de seu antigo chefe nas pesquisas nesse que é considerado seu estado mais forte. 

Trump, de 77 anos, redobrou seus ataques a Haley na semana passada, chamando-a de "não inteligente o suficiente" e de não conseguir conquistar o respeito dos eleitores. 

Voltou a atacá-la no domingo, elogiando DeSantis como uma "pessoa muito capaz", ao aceitar o endosso do governador da Flórida diante de seus apoiadores. 

"Sem o apoio, acho que teríamos obtido todos esses votos", disse ele, sob fortes aplausos, na sede de sua campanha em Manchester. 

"Porque temos políticas similares, com fronteiras fortes, boa educação, impostos baixos, pouquíssimas regulações, o mínimo possível, coisas sobre as quais (Haley) realmente não fala, porque ela é uma globalista", acrescentou. 

Haley criticou Trump recentemente, referindo-se às suas capacidades mentais quando questionou-o por tê-la confundido com a veterana democrata Nancy Pelosi em um comício de campanha. 

"Simplesmente não está no mesmo nível de 2016. Acho que estamos vendo um pouco desse declínio. Mas, mais do que isso, o que direi se concentra no fato de que, não importa do que se trate, o caos o persegue", afirmou, em entrevista à rede CBS. 

- "Última resistência" -

Com DeSantis fora de cena, Haley busca apoio no alto percentual de independentes de New Hampshire - que podem votar nas primárias de qualquer partido e normalmente optam por candidatos mais moderados - para montar o que alguns analistas descreveram como sua "última resistência". 

Mas não será fácil, com uma média de 15 pontos atrás de Trump nas sondagens dos sites RealClearPolitics e FiveThirtyEight e em uma situação de aparente estagnação. 

Se Haley obtiver resultados excelentes na terça-feira, ela poderá, no entanto, tornar-se uma ameaça genuína para o ex-presidente em seu estado natal, a Carolina do Sul, no final de fevereiro. 

"Acho que seria ótimo para nós ter Nikki Haley como presidente", disse à AFP Madison Gillis, de 18 anos, que votará pela primeira vez. "Acho ela incrível. Gosto do que ela representa e acho que ela tem uma chance aqui em New Hampshire", completou. 

- Antes dos julgamentos -

New Hampshire é um pequeno prêmio em uma longa disputa, já que destina apenas 22 dos 2.429 delegados que farão a indicação na convenção republicana em Milwaukee, em julho. Mas é um indicador mais confiável do sucesso eleitoral em nível nacional do que os estados mais conservadores, e é visto como um indicador das próximas primárias. 

A chamada "Super Terça-feira" de 5 de março, com 874 delegados na mesa, pode fazer um pré-candidato alcançar em torno de 75% do total necessário para a nomeação. 

Os assessores de Trump apostam em estar em posição de encerrar a corrida uma semana depois e querem que ela termine em abril, ou seja, quase certamente antes do início de qualquer um de seus julgamentos criminais. 

Os democratas fazem suas próprias primárias em New Hampshire no mesmo dia que os republicanos, mas Biden não está nas urnas depois que as autoridades locais entraram em confronto com o partido nacional pelo calendário.

Seus apoiadores dizem que votarão em Biden de qualquer maneira, escrevendo seu nome na cédula, na esperança de que ele ainda consiga derrotar o congressista de Minnesota Dean Phillips e a autora de livros de autoajuda Marianne Williamson. 

De qualquer modo, o resultado não afetará o processo de nomeação, uma vez que o Comitê Nacional Democrata declarou ilegítimas as primárias de New Hampshire e se espera que o presidente seja nomeado no meio da corrida eleitoral.

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