A polícia espanhola anunciou, nesta quarta-feira (17), que desmantelou uma organização xamânica que prometia "uma melhoria na saúde física e emocional" por meio de rituais em que fornecia aos participantes substâncias como a ayahuasca, fabricada na Colômbia.

Dezoito pessoas, incluindo vários latino-americanos, foram detidas em diversas cidades da Espanha por terem promovido ou organizado "rituais neoxamânicos" com fins lucrativos, informou a polícia em um comunicado. 

As pessoas pagavam para participar desses eventos, onde consumiam substâncias psicotrópicas como a ayahuasca, o peiote, ou o kambó, veneno secretado por uma rã amazônica, sob a tutela de um médico e seu companheiro, que também se passava por médico, detalhou o texto.

O grupo tinha um centro na floresta colombiana, onde "tinha os meios e as matérias-primas necessárias para fazer a ayahuasca", uma bebida alucinógena tradicionalmente preparada de um cipó da floresta amazônica. 

A ayahuasca foi introduzida na Espanha por meio de mulas, ou escondida entre produtos importados. 

Os rituais desta rede internacional eram realizados na Espanha, assim como no México e na Colômbia na América Latina, e em outros países como França, Itália, Irlanda, Finlândia, Romênia, Malta e Turquia, segundo o comunicado.

Os detidos, em sua maioria latino-americanos e espanhóis, são suspeitos de pertencerem a uma organização criminosa e de cometerem crimes contra a saúde pública, tráfico humano, exercício ilegal de profissão e violação da lei de imigração, entre outras acusações.

Considerado por seus seguidores como "um mestre espiritual ou um guru", o líder da organização morreu "durante a investigação do caso", disse a polícia. 

As investigações foram iniciadas quando se detectou a promoção, nas redes sociais, "de rituais neoxamânicos", que prometiam "uma melhoria na saúde física e emocional dos participantes, graças ao consumo de diferentes psicoativos".

"Essas substâncias psicoativas são normalmente usadas no âmbito de cerimônias praticadas pelas chamadas 'seitas da nova era' e se tornam um instrumento utilizado pelo xamã para recrutamento e controle coercitivo do grupo", acrescentou a polícia. 

Os agentes recuperaram da organização 24 mil euros (26 mil dólares ou 127,4 mil reais na cotação atual), um quilo de mescalina e mais de 60 kg de ayahuasca.

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