O conflito na família do astro francês Alain Delon "não é um problema de herança", mas está relacionado ao local onde o ator passará seus últimos dias, afirmou o seu filho mais velho, Anthony, nesta sexta-feira (5).

"Quero começar apagando um incêndio (...) Todas essas histórias de dinheiro, herança, estas conjecturas, me dão nojo, porque não se trata disso", disse Anthony Delon ao canal de televisão CNews, um dia após ter concedido uma entrevista para a revista Paris Match, na qual afirma que o estado de saúde do pai piorou desde que sofreu um derrame em julho de 2019 e acusa sua irmã Anouchka de manipulá-lo.

Alain Delon, de 88 anos, anunciou que processará Anthony por estas declarações, criticando um "escândalo midiático" e a intenção de prejudicar a ele e à filha.

Anouchka também anunciou uma denúncia contra Anthony por difamação, ameaças e assédio.

"Não é um problema de herança, não é um problema de sucessão", garantiu Anthony Delon.

"Tudo está resolvido (...) Minha irmã tem 50% de toda fortuna de meu pai. Meu irmão (Alain-Fabien) e eu temos o que se chama parte da reserva, ou seja, 25%", especificou o primogênito, afirmando que ele e seu irmão querem que a vontade do pai de permanecer em sua residência em Douchy-Montcorbon (Loiret) seja respeitada.

Anouchka quer, por sua vez, que o astro retorne à Suíça, onde tem residência administrativa e possui nacionalidade suíça desde 1999. 

A "angústia" de Anouchka é que se o seu pai permanecer na França, "ele será novamente considerado um cidadão francês", o que implicaria "um enorme imposto" post mortem, argumentou.

Ao ser questionado sobre a denúncia de seu pai, Anthony voltou a argumentar que a irmã o está manipulando.

O filho de Alain Delon garantiu que o procurador responsável pelo caso, Jean-Cédric Gaux, solicitará "proteção judicial" ao ator, que na sua opinião deveria ser "colocado sob tutela".

Contatado pela AFP, o procurador indicou que não "quer comentar uma troca confidencial com os advogados de Alain Delon e seus filhos" e lembrou "que o respeito pela dignidade da pessoa humana é um direito fundamental".

ac-mam/jz/meb/yr/aa