O presidente da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, conseguiu se reeleger com 73,34% dos votos nas eleições presidenciais do fim de dezembro, cujos resultados foram anunciados neste domingo (31).

A oposição, por sua vez, tachou o pleito de "simulacro" e pediu sua anulação.

Segundo os resultados da comissão eleitoral (Ceni), Tshisekedi superou com ampla margem o segundo colocado Moise Katumbi, ex-governador de Katanga (sudeste), que obteve 18% dos votos. Em seguida estão Martin Fayulu (5,33%) e o ex-primeiro-ministro Adolphe Muzito (1,12%). Outros 20 candidatos não superaram 1% dos votos.

Há dias já era dada como certa a reeleição de Tshisekedi, de 60 anos e que comanda o país desde 2019, para um segundo quinquênio.

"Somos contrários, de maneira categórica, a este simulacro de eleição", denunciaram neste domingo nove candidatos de oposição em uma declaração conjunta.

"Pedimos a nosso povo que, a partir da proclamação desta fraude eleitoral, proteste em massa nas ruas", acrescentaram.

O analista político Trésor Kibangula explicou à AFP que "a dinâmica de campanha" do presidente "funcionou" e isso contribuiu para um resultado "superior a todas as previsões".

Não obstante, segundo este especialista do instituto de pesquisa Ebuteli, o apoio eleitoral bastante elevado para Tshisekedi em algumas regiões "suscita dúvidas" sobre possíveis "irregularidades".

As eleições neste grande país da África Central, com cerca de 100 milhões de habitantes, deveriam ter ocorrido em 20 de dezembro. Contudo, devido a problemas logísticos, as seções eleitorais não foram abertas antes do dia 21 e a votação transcorreu até 27 de dezembro.

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