A gigante do setor automotivo Toyota passou por turbulências nesta quinta-feira (21), após a revelação de um grande escândalo sobre a manipulação de testes de segurança em sua subsidiária Daihatsu e do "recall" de veículos nos Estados Unidos.

A Daihatsu, especialista em miniveículos "kei car", muito populares no Japão, suspendeu todas as suas entregas na quarta-feira, devido a inúmeras irregularidades descobertas em seus testes de segurança. 

O Ministério dos Transportes lançou uma inspeção em sua sede nesta quinta-feira.

Depois que uma investigação, realizada na esteira de um escândalo de segurança em abril, revelou os fatos na quarta-feira, a Toyota rapidamente se desculpou, reconhecendo sua "extrema seriedade". Prometeu, ainda, uma "reforma fundamental" de sua subsidiária.

A comissão de especialistas independentes que investigou a Daihatsu durante oito meses atribuiu a culpa a fatores como a "pressão extrema, devido a um cronograma de desenvolvimento excessivamente apertado e rígido", e a falta de experiência da gestão.

A Toyota, que também anunciou na quarta-feira o "recall" de um milhão de veículos nos Estados Unidos por um problema nos airbags, viu suas ações caírem 4% na bolsa de valores de Tóquio. Na abertura, já havia despencado quase 6%.

O novo escândalo chega em um mau momento para a montadora japonesa, que no ano passado já havia sido afetada por um incidente envolvendo testes inapropriados em motores do fabricante de caminhões Hino, do qual é acionista majoritária.

Estas questões "podem prejudicar a reputação da Toyota", cujos executivos fazem parte do conselho de administração da Daihatsu, disse o analista Tatsuo Yoshida, da Bloomberg Intelligence, que acredita, no entanto, que não irão prejudicá-la no longo prazo.

Já corrigir a extensão das falhas na certificação dos testes de segurança pode levar um tempo considerável e obrigar a empresa a parar a produção e a indenizar seus fornecedores e parceiros de negócios, acrescentou o especialista. 

A investigação revelou falhas profundas na produção da Daihatsu, identificando 174 irregularidades em 25 categorias de provas. Ao todo, foram afetados 64 modelos de veículos, fabricados para Toyota, Mazda e Subaru.

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