As economias latino-americanas vão crescer, em média, 2,2% em 2023 e 1,9% em 2024, estimou nesta quinta-feira (14) a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

Sem o impacto da pandemia, a atividade econômica da América Latina "continua apresentando uma trajetória de baixo crescimento. Todas as sub-regiões vão registrar um crescimento menor em 2023 em comparação com 2022", assinalou a Cepal ao entregar nesta quinta o Balanço Preliminar das Economias da América Latina e do Caribe.

Contudo, a organização elevou a previsão de crescimento para 2023 estimada em setembro, que era de 1,7%. Mas alertou que, em 2024, "vai se acentuar a dinâmica de desaceleração do crescimento do PIB e da geração de emprego".

"O baixo crescimento de 23-24 já não pode ser atribuído principalmente à pandemia [...] Não é apenas um problema conjuntural, mas que reflete a queda que tem sido observada no índice de crescimento tendencial do PIB [o índice esperado no longo prazo] regional", explicou José Manuel Salazar, secretário-executivo da Cepal, em entrevista coletiva.

O baixo crescimento para 2023 e 2024 terá impacto no emprego, alimentará a informalidade e as disparidades de gênero, entre outros efeitos, segundo a Cepal.

"É necessário escalar as políticas de desenvolvimento produtivo com um olhar para setores estratégicos dinamizadores" e, além disso, "impulsionar políticas para promover os investimentos públicos e privados", recomendou a organização.

A Argentina, onde o novo presidente Javier Milei acaba de anunciar um forte ajuste fiscal, é o país com pior desempenho este ano, com uma contração prevista do PIB de 2,5%. Para 2024, sem ainda poder avaliar o alcance das medidas anunciadas, a Cepal prevê outra queda, de 1,1%.

Por sua vez, o Brasil, a maior economia da região, fechará este ano com uma expansão de 3%, enquanto o México, que tem o segundo maior PIB regional, crescerá 3,6%.

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