Governo brasileiro intensificou presença militar na fronteira com a Venezuela após aumento na tensão na disputa pelo Essequibo -  (crédito: Romeu Lima Fotografia/Divulgação/Arquivo)

Governo brasileiro intensificou presença militar na fronteira com a Venezuela após aumento na tensão na disputa pelo Essequibo

crédito: Romeu Lima Fotografia/Divulgação/Arquivo

A escalada da tensão envolvendo a região do Essequibo, disputada pela Venezuela e pela Guiana, trouxe um clima de inquietude para a América Latina. Em meio ao atrito entre os dois países, o Brasil tem se posicionado como um mediador em busca de uma resolução pacífica, uma vez que um conflito bélico envolveria diretamente a fronteira brasileira.

O interesse da Venezuela pelo Essequibo, atualmente pertencente à Guiana, já se manifesta há mais de um século, e aumentou em 2015 quando foram encontradas reservas de petróleo equivalentes a 11 bilhões de barris na região. Além disso, o território também é rico em ouro, diamantes e outros recursos naturais.

No dia 3 de dezembro o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, realizou um plebiscito com resultado favorável à anexação de Essequibo e concessão de cidadania e documento de identidade aos mais de 120 mil guianenses que vivem no território. Maduro também autorizou que a companhia petrolífera venezuelana, a PDVSA, organizasse as concessões de petróleo em Essequibo.

O território guianês é banhado pelo oceano Atlântico ao norte e faz fronteira a oeste com a Venezuela, a leste com o Suriname e a sul com o Brasil. Apesar de não ser provável a curto prazo, caso a Venezuela decida invadir a Guiana, uma ofensiva pela fronteira que divide os países, seria uma opção menos efetiva, uma vez que é uma área de floresta densa e impossibilita a entrada de veículos de grande porte e dificulta o deslocamento de grandes contingentes a pé.

O mar também é uma opção, mas o litoral pantanoso também dificultaria a chegada em terra firme para o desembarque das tropas. A possibilidade mais viável em quesito de efetividade é passar pelo território brasileiro, já que o estado de Roraima possui estradas que viabilizaram o transporte das tropas.

Entretanto, para que isso ocorra, é necessário que o Brasil concorde com a passagem venezuelana pelo território brasileiro, uma vez que uma passagem forçada levaria a Venezuela a mais um conflito com um país vizinho.

Até o momento, o presidente Lula (PT) tem se mantido como um mediador entre os dois países em busca de uma solução pacífica e, por precaução, intensificou presença militar e em Pacaraima, cidade de Roraima na fronteira do Brasil com a Venezuela, com o envio de tropas e 20 veículos blindados.

Uma conversa está marcada para quinta-feira (14/12) em São Vicente e Granadinas, país do Caribe que ocupa a presidência pro tempore da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), para discutir a situação da região. O encontro contará com representantes da Venezuela, Guiana, Brasil e outros países sul americanos.