Um homem de cidadania portuguesa, de 51 anos, foi acusado pelo Ministério Público de matar a marretadas e esquartejar o próprio namorado, de nacionalidade brasileira, na vila de Cadaval, no distrito de Lisboa.

 

O português, que não teve o nome divulgado, foi acusado formalmente por homicídio qualificado e profanação de cadáver da vítima, o brasileiro Valdene Mendes, de 48 anos. O crime ocorreu em abril deste ano.

 



 

A acusação aponta que o acusado e o brasileiro se conheceram em 2007, quando o português ajudou a vítima no processo de legalização em Portugal. Os homens mantinham um relacionamento amoroso desde o início deste ano, aponta a acusação formalizada em 24 de outubro, obtida pela Agência Lusa. As informações também são do jornal português Correio da Manhã.

 

De acordo com a apuração, a vítima se encontrava em uma situação financeira difícil e pedia, com frequência, dinheiro ao acusado para pegar a pensão alimentícia das filhas, prestação do seu veículo e despesas de alimentação. Valdene ameaçava terminar o relacionamento caso o parceiro não o ajudasse.

 

Em razão das pressões, conforme a acusação, o português "foi-se convencendo cada vez mais" que Valdene mantinha a relação para obter ganhos financeiros e passou a desconfiar da vítima, controlando os seus movimentos.

 

Três dias depois do crime, o acusado foi preso. Até hoje, o acusado aguarda julgamento em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Lisboa.

 

Para o MP, o acusado agiu "com total desprezo pela vida" e sabia que os pedidos financeiros da vítima "não eram motivos que minimamente justificassem" a sua decisão de matar o namorado brasileiro.

 

O PASSO A PASSO DO CRIME

 

No dia 26 de abril, o português se recusou a ajudar o brasileiro, o que fez com que a vítima o humilhasse com ofensas verbais, deixando o acusado revoltado. Na noite seguinte, segundo o Ministério Público de Portugal, o português foi até o local onde havia ferramentas em sua casa e pegou uma marreta.

 

Enquanto Valdene dormia, o português deu ao menos três marretadas com força na cabeça da vítima, provocando várias lesões e hemorragia cerebral, levando a vítima à morte.

 

O acusado, que já trabalhou no necrotério de Cadaval, decidiu esquartejar o corpo do brasileiro para "se desfazer dele mais fácil" e colocou os pedaços em sacos plásticos.

 

Então, na madrugada do dia 28 de abril, o acusado transportou os sacos em seu veículo e os jogou em diferentes locais isolados. Ele retornou para casa e ainda escondeu, em um terreno, parte do colchão manchado de sangue onde a vítima dormia ao ser assassinada. O português ainda lavou o carro, roupas, o chão e as paredes da casa, os móveis e o serrote que usou para esquartejar a vítima, na tentativa de esconder as provas.

 

O caso começou a ser investigado após moradores encontrarem um saco com parte de um corpo no dia 2 de maio e acionarem a Polícia Judiciária local, que encontrou mais sacos posteriormente. A existência de tatuagens no corpo, uma delas fazendo referência à bandeira brasileira, ajudou a identificar a vítima.

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