Com consumo médio de 116,7 litros por habitante ao ano no Brasil, segundo dados do Censo Agropecuário do IBGE, o leite de vaca se mantém como um dos alimentos mais presentes na dieta nacional. Além de seu valor nutricional, o produto está enraizado na história e na cultura alimentar da humanidade há milênios.

Mas você sabia que há mais por trás desse ingrediente tão cotidiano? A Marajoara Laticínios, indústria goiana com 37 anos de história, reuniu quatro curiosidades que ajudam a entender melhor o leite que chega até a sua mesa.

1. Por que o leite é branco?

A coloração branca do leite está diretamente ligada à sua composição, principalmente à presença da caseína, uma proteína que representa cerca de 80% do total encontrado no produto. De acordo com a professora Mariana Munik, mestre em Engenharia de Materiais e Nanotecnologia, a maneira como essas proteínas interagem com a luz confere ao leite sua tonalidade característica. No entanto, fatores como a alimentação do animal, a espécie e as condições de armazenamento podem causar leves variações de cor, deixando o leite levemente amarelado.

2. Adolescentes precisam de mais leite que crianças

Embora o leite seja frequentemente associado à infância, a adolescência é o período em que seu consumo se torna ainda mais importante. Um estudo publicado, no The Journal of Nutrition, apontou que a ingestão de leite está relacionada ao crescimento em altura dos jovens. A pesquisa observou que, para cada 236 ml adicionais de leite consumido diariamente entre os 2 e os 17 anos, a altura aumentava em média 0,39 cm. Isso reforça o papel essencial do leite na formação óssea e no desenvolvimento físico durante a juventude.

3. UHT: o segredo do leite longa vida

Você já se perguntou por que o leite longa vida dura tanto tempo fora da geladeira? A resposta está no processo UHT, sigla para Ultra High Temperature (temperatura ultra alta). Na Marajoara Laticínios, o leite é submetido a um tratamento térmico que envolve o aquecimento rápido a cerca de 140°C, seguido de resfriamento imediato. Esse processo elimina 99,9% das bactérias, garantindo a conservação do leite por até quatro meses enquanto a embalagem permanece lacrada. Após aberta, a validade passa a ser de dois dias, já que o contato com o ar reativa a possibilidade de contaminação.

4. Intolerância à lactose não é o mesmo que alergia à proteína do leite

Muitas pessoas confundem intolerância à lactose com alergia à proteína do leite de vaca (APLV), mas são condições bem distintas. A intolerância ocorre quando o organismo não produz suficientemente lactase, enzima responsável por digerir a lactose - o açúcar natural do leite. Neste caso, é possível continuar consumindo produtos lácteos em versões sem lactose, ou por meio de tratamentos adequados.

Já a APLV é uma resposta do sistema imunológico à caseína e outras proteínas presentes no leite. Nessa condição, qualquer produto derivado do leite animal, mesmo sem lactose, deve ser evitado, conforme explica a nutricionista Yumi Kuramoto, do centro clínico Órion Complex. A reação alérgica pode provocar sintomas intensos e exige acompanhamento médico.

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Do campo à mesa, o leite de vaca continua sendo um alimento versátil, nutritivo e cheio de histórias. Com novas tecnologias e mais conhecimento sobre sua composição e efeitos no organismo, o consumo consciente e adequado do leite pode seguir beneficiando a saúde de milhões de brasileiros.

*Estagiária sob supervisão da subeditora Juliana Lima 

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