No km 96, a via foi completamente interditada em janeiro de 2022, depois de um afundamento da estrada na entrada de Abre Campo
 -  (crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

No km 96, a via foi completamente interditada em janeiro de 2022, depois de um afundamento da estrada na entrada de Abre Campo

crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (8/5), junto à Controladoria-Geral da União (CGU), a Operação Empáfia com o objetivo de combater irregularidades na contratação e realização de obras na BR-262 em Abre Campo, na Zona da Mata mineira.

 

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A ação da polícia cumpriu mandado de busca e apreensão em 14 salas de um endereço comercial em Belo Horizonte em investigação por irregularidades no processo para a construção de uma estrutura para contenção de encostas. Meses após o término, a obra colapsou.

 

 

A apuração aponta que a contratação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), realizada de forma emergencial, ou seja, com dispensa de licitação, já identificou diversas irregularidades.

 

A CGU identificou, entre elas, a contratação sem definição completa do objeto; que a empresa contratada não tenha experiência com este tipo de obra; que parte da cortina atarantada, que minimiza os deslocamentos de terra, possuía trincas; e que, mesmo ciente dos problemas, o DNIT resolveu prosseguir com a obra emergencial.

 

Devido a um deslizamento de terra que obstruiu a via, em janeiro de 2022, iniciaram as obras na BR-262, no mês seguinte, custando cerca de R$ 7 milhões aos cofres públicos.

 

Em agosto do mesmo ano, a obra foi entregue. Seis meses depois, a estrutura de contenção já apresentava enormes rachaduras e trincas.

 

Os investigados poderão responder por crimes relacionados à lei de licitações, peculato e corrupção, cujas penas são superiores a dez anos de prisão.