Volume de chuvas em 73 municípios mineiros pode chegar até 50mm/dia -  (crédito: Túlio Santos/EM/D.A.Press)

Segundo o Inmet, a permanência de um canal de umidade é o que causa a faixa de instabilidade climática da região sudeste

crédito: Túlio Santos/EM/D.A.Press

A frente fria que chegou ao Sudeste pelo oceano acabou se deslocando e a faixa de maior perigo de tempestades, segundo boletim divulgado nesta sexta-feira (22) pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), é a que engloba praticamente todo o estado do Rio de Janeiro, sul de Minas Gerais e do Espírito Santo, litoral norte de São Paulo e alguns pontos do Vale do Paraíba.

 

Para essa área, o instituto emitiu um aviso vermelho de grande perigo, com previsão de chuva superior a 60 mm/h ou maior que 100 mm/dia e ventos superiores a 100 km/h. "Grande risco de danos em edificações, corte de energia elétrica, de queda de árvores, descargas elétricas, alagamentos, enxurradas e grandes transtornos no transporte rodoviário", destacou o Inmet.

 

Segundo Olivio Bahia, meteorologista do instituto, a permanência de um canal de umidade deve estender uma faixa de instabilidade climática da região sudeste, passando pelo centro-oeste até o sul do Amazonas. Com isso, o resultado é muita chuva.

 

 

"Em algumas áreas teremos temporais, onde a temperatura ainda está quente. O destaque do sábado é a área sudeste, principalmente, por causa da densidade populacional nas áreas de risco, especialmente na faixa leste da região, da zona da mata mineira até a região metropolitana de Belo Horizonte. E destaque também para o estado do Rio de Janeiro, onde boa parte está sujeita a acumulados pontualmente até superiores a 150 mm, o que pode provocar impacto nas áreas atingidas, e áreas também do Espírito Santo", explica Bahia.

 

Esse cenário descrito pelo meteorologista também dever ser visto no litoral norte de São Paulo e parte do Vale do Paraíba, regiões também sob influência da frente fria e onde os acumulados de chuva podem chegar a 250 mm.

 

Para a Baixada Santista, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas) da Prefeitura de São Paulo, as chuvas devem chegar a 180 mm. Para a regiões da Serra da Mantiqueira, região metropolitana de São Paulo, Vale do Paraíba e Itapeva, os acumulados serão de 80 mm. No interior do estado, acumulados moderados também devem ser registrados. Nas regiões de Barretos, Franca, Ribeirão Preto, Araçatuba e São José do Rio Preto são esperados 70 mm. Já para as regiões de Bauru, Araraquara, Marília e Presidente Prudente, os acumulados podem atingir os 60 mm.

 

Na madrugada desta sexta (22), as chuvas atingiram mais fortemente o litoral sul, onde a Defesa Civil estadual registrou quedas de árvores, alagamentos e interrupção do fornecimento de energia elétrica. No entanto, o maior registro de precipitação ocorreu em Ilhabela, com 115 mm em 24 horas, seguido por Bertioga (108 mm), Jambeiro (97 mm), Praia Grande (92 mm), São Sebastião (92 mm) e Mongaguá (84 mm).

 

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Já na região metropolitana de São Paulo, com o deslocamento da frente fria, o céu permaneceu encoberto e com chuva leve e garoa em pontos isolados e chuviscos. De acordo com as estações meteorológicas automáticas do CGE, os termômetros apontaram 20°C no Tremembé, na zona norte, e 17°C em Engenheiro Marsilac, no extremo da zona sul.

 

Neste sábado, a previsão do CGE é que o clima permaneça igual na capital, com temperatura amena e nebulosidade. Os ventos úmidos que sopram do mar mantém os percentuais de umidade elevados, acima dos 60%, o que pode provocar períodos de chuva leve e garoa. A temperatura deve oscilar entre 17°C e 20°C.

 

Os dados do CGE mostram ainda que março acumulou até esta sexta 102,3 mm de precipitação, o que representa 57,3% dos 178,5 mm esperados para todo o mês.