A equipe que desvendou o caso,  o Investigador Wendell Nestor; investigadora Lorena Pedrosa; delegado Felipe Freitas; delegado Gustavo Barletta e investigador Bruno Amorim -  (crédito: Gladstone Rodrigues/EM/D. A. Press)

A equipe que desvendou o caso, o Investigador Wendell Nestor; investigadora Lorena Pedrosa; delegado Felipe Freitas; delegado Gustavo Barletta e investigador Bruno Amorim

crédito: Gladstone Rodrigues/EM/D. A. Press

O enigma do roubos de joias, relógios e dinheiro em residências de alto padrão e condomínios, em Belo Horizonte, foi desvendado pela Polícia Civil, com a identificação de dois paulistas, de 22 e 38 anos. Em três desses roubos, o prejuízo causado é superior a R$ 1 milhão. Parte do que foi roubado acabou recuperado. Segundo os delegados Felipe Freitas, chefe do Departamento de saúde Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), e Gustavo Barletta, da 1ª Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), os criminosos se aproveitam de distrações de porteiros e mesmo de moradores de prédios para entrar e invadir os apartamentos.

Em um condomínio da Rua Patagônia, no Bairro Sion, em 3 de dezembro do ano passado, o ladrão de 22 anos adentrou em uma festa e entrou no prédio, passando despercebido em virtude do contexto animado, enquanto o de 38 anos permaneceu no carro pronto para a fuga. “O criminoso se aproveitou que uma família composta de pai, mãe e filhos estavam entrando e passou para o interior do prédio. O porteiro ainda discutiu com ele, mas foi convencido que o homem era um convidado. Assim, dirigiu-se diretamente a um apartamento, roubando uma coleção de relógios joias e dinheiro. O total de prejuízo, nesse caso, foi de R$ 800 mil”, diz o delegado Barletta.

 

No dia anterior, eles roubaram outro apartamento - dessa vez, no Bairro Anchieta. Foram levadas joias e relógios. Nesta ocasião, os proprietários chegaram quando o homem ainda estava dentro da casa. Ele agrediu a mulher de 70 anos, que foi golpeada na cabeça e, em seguida, desmaiou. O marido, também idoso, investiu contra o ladrão, mas o suspeito pegou uma espingarda de ar comprimido que estava na casa e ameaçou o proprietário. Logo, fugiu. Em novembro, outro roubo. À ocasião, a região escolhida foi o bairro de Lourdes. Levaram sete armas, três pistolas e quatro revólveres, além de joias, um relógio e dinheiro.

Identificação e como agiam


A identificação dos ladrões foi feita a partir de imagens gravadas em um dos prédios. Assim, os policiais conseguiram ter certeza dos autores e, com ajuda da polícia de São Paulo, localizaram os endereços. “Eles moram em quitinetes nos bairros Liberdade e Aclimação, na Região Central de São Paulo. Os vizinhos disseram que estão sempre viajando”, afirmou o delegado Barletta.


De posse de um mandado de busca e apreensão, os investigadores mineiros Bruno Amorim, Lorena Pedrosa e Wendell Nestor foram a São Paulo e recuperaram joias, um relógio Rolex avaliado em R$ 70 mil, além da roupa utilizada pelo homem que invadiu os apartamentos.“Apreendemos, também, as ferramentas utilizadas na invasão (duas chaves de fenda e uma chave micha). Descobrimos, inclusive, que o ladrão tem curso de chaveiro”, disse Barletta.


O objetivo, agora, é prender os ladrões, uma vez que já estão identificados. “Sabemos que agem de semelhante forma no Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Ceará e Rio Grande do Sul”. Na mesma linha, o delegado acrescentou: “Sempre alugam carros para as viagens ou compram carros com problemas na documentação”.

Outro detalhe importante, segundo o delegado Barletta, é que os ladrões se especializaram em utilizar a Internet para conseguir dados de vítimas, assim como ludibriam moradores e vizinhos de vítimas. “Eles tocavam o interfone de um apartamento qualquer, dizendo estar hospedados em outra unidade e que o controle do portão não estava funcionando. O vizinho, assim, abre o portão e a porta da portaria dos prédios, dando acesso a eles”, concluiu.