Delegado Daniel Couto (C) afirma que o "gatonet"vem crescendo em BH -  (crédito: PCMG)

Delegado Daniel Couto (C) afirma que o "gatonet"vem crescendo em BH

crédito: PCMG

A Polícia Civil desmontou um esquema de furto de equipamentos para a montagem de centrais clandestinas de internet, conhecidas por "gatonet". Três integrantes da quadrilha, de 37, 57 e 62 anos, foram presos. As prisões ocorreram em três bairros de Belo Horizonte, Jardim América, Novo Progresso e Salgado Filho, todos na região Oeste da cidade. O prejuízo causado gira em torno de R$ 500 mil.


A ação policial teve início nos primeiros dias de março, quando foram cumpridos mandados de prisão preventiva e temporária. Os investigados prestavam serviços em uma empresa de telefonia.

Uma denúncia foi feita em julho do ano passado, à Delegacia Especializada em Investigação e Repressão ao Roubo a Banco, unidade vinculada ao Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri). As primeiras investigações mostraram que o material subtraído seria utilizado para a transmissão de sinal de internet de maneira ilegal, em Minas Gerais e em outros estados.

Como funcionava

Levantamentos apontaram que antigos prestadores de serviço, que realizavam reparos das antenas da empresa, possuíam o conhecimento do funcionamento desses equipamentos e, por meio de chamadas oficiais de consertos, dirigiam-se até o local e furtavam as estruturas de fibra ótica, denominadas Optical Line Terminal (OLT).

Os investigadores apuraram, ainda, que além da amplificação clandestina de canais de internet, o grupo criminoso também furtava baterias e toda aparelhagem para instalação e amplo funcionamento da rede.

“Os envolvidos podem responder pelos crimes de furto qualificado e associação criminosa, com pena máxima de 13 anos de reclusão”, diz o delegado Daniel Couto.

Em novembro de 2023, um homem de 57 anos, suspeito de integrar uma associação criminosa envolvida com a comercialização de equipamentos furtados de uma empresa telefônica, foi preso pela Polícia Civil, em Belo Horizonte. À época, foi cumprido um mandado de busca e apreensão, sendo encontrados com o suspeito diversos aparelhos furtados.

Todas as operadoras sofreram grande prejuízo com as ações dos ladrões, sendo que duas, TIM e Claro, foram as mais prejudicadas.

O delegado Daniel Couto informou, ainda, que o material furtado em Belo Horizonte, não foi somente na capital mineira, mas também foi vendido para o Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.

“Essa é uma prática que começou no Rio de Janeiro e está diretamente ligada ao tráfico de drogas. Mas rapidamente se expandiu, chegando a Belo Horizonte, há mais ou menos dois anos. Estamos atentos e buscando encontrar outros envolvidos”, diz o delegado Daniel.