Sérgio Sette Câmara é ex-presidente do Atlético-MG e CEO da empresa que organiza o evento -  (crédito: Pedro Faria/EM/D.A. Press)

Sérgio Sette Câmara é ex-presidente do Atlético-MG e CEO da empresa que organiza o evento

crédito: Pedro Faria/EM/D.A. Press

O impacto do corte de árvores para a realização da corrida da Stock Car na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, segue sendo questionado.

 

Em coletiva realizada na manhã desta sexta-feira (1/3), o CEO da Speed Seven Participações, que organiza o evento, e ex-presidente do Atlético-MG, Sérgio Sette Câmara, defendeu a realização dos cortes e questionou outros eventos que causam impactos na cidade.

 

Sérgio deixou claro não ser contra a realização de eventos de diversidade e pluralidade na capital mineira, mas questionou que os impactos de todas as ações são semelhantes. “O Carnaval causa impacto sonoro, tem poluição. Depois que termina um bloco, fica uma quantidade enorme de lixo a ser recolhido. A Parada LGBT é superimportante, mas causa impacto. Tem que fechar ruas, tem barulho e lixo. Tudo isso causa impacto ambiental. A Stock Car tem impacto sonoro? Lixo? Quer dizer que o Carnaval pode, a parada LGBT pode, e a Stock Car não?", disse.

 

O organizador do evento quer que as pessoas aproveitem a corrida e a cidade tenha o retorno financeiro prometido. "Vamos deixar de ser provincianos. É um evento que vai colocar nossa cidade em evidência, será transmitido em todo o Brasil, por canais abertos e fechados, e em mais 153 países. Vai gerar mais de 2 mil empregos formais, movimentar mais de R$ 1 bilhão por cinco anos. Precisamos dar as mãos pelo bem da cidade", finalizou.

Por fim, Sérgio alegou que o evento vem sofrendo retaliações por pessoas que querem “politizar” a situação. A organização prometeu plantar mais de mil árvores, que vão substituir as que forem cortadas. "Vamos replantar 63 árvores da mesma espécie das que serão cortadas. Isso deve ser feito até a próxima terça-feira (5 de março). Além disso teremos mais 688, que já foram informadas para a Prefeitura de Belo Horizonte, e mais 1000 que iremos doar”, explicou.

 

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Polêmica


Nessa quinta-feira (29/2), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) instaurou um procedimento para verificar a regularidade das autorizações concedidas pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) “para a supressão de 77 árvores” nas imediações do Mineirão. O Comam havia afirmado que autorizou o corte de 63 arvores, numero que diverge do MP.

 

Também nesta quinta, a Justiça determinou que a PBH suspenda o corte de árvores no entorno do estádio. Conforme consta na decisão assinada pelo juiz Thiago Grazziane Gandra, da 3ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública Municipal da Comarca de BH, a liminar foi deferida para que as supressões das árvores sejam paralisadas até que o processo seja finalizado. Caso desrespeite a ordem, a PBH deverá pagar multa de R$ 50 mil por árvore cortada. O Executivo municipal disse ao EM que ainda não foi notificado a respeito.

 

Cortes em meio a protestos

 

Até o momento, 17 árvores foram cortadas no canteiro central da Avenida Coronel Oscar Paschoal em meio a protestos e revolta de um grupo de manifestantes. Na manhã dessa quarta (28/2), cerca de 30 pessoas protestaram contra a ação e os impactos do evento na região. Nessa terça (27/2), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) encaminhou um ofício à PBH para dialogar com a gestão municipal sobre a realização da corrida.

 

Além do corte das árvores, o projeto para instalação do circuito automobilístico vai incluir o recapeamento das avenidas e a retirada de canteiros centrais, postes, pontos de ônibus, quebra-molas e passagens elevadas de pedestres nas avenidas Rei Pelé, Carlos Luz e Coronel Oscar Paschoal.