Fiscais da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) fazem, na manhã desta segunda-feira (26), uma operação surpresa na frota de ônibus da capital. A fiscalização ocorre no bairro Nova Independência, na garagem da empresa Transoeste, responsável pelos coletivos da região do Barreiro.

A Transoeste é a proprietária do ônibus que se acidentou no bairro Bonsucesso, na última quarta-feira (21), ferindo nove pessoas. Somente nessa empresa a PBH registrou 30 veículos com mais de três reclamações no último trimestre.

Segundo a diretora de planejamento e e controle da Sumob, Gabriela Pereira, as novas ações fazem parte da estratégia da PBH para diminuir riscos aos passageiros. “É uma forma de diversificar. Percebemos que tinha um problema com os ônibus que circulam sem o AT e diversificamos, fazendo as blitz nas portas de garagem. Também fiscalizando os veículos que têm mais reclamações de usuários”, explicou.

Desde 25 janeiro, quando a Prefeitura anunciou a adoção de uma política de Tolerância Zero em relação às empresas de ônibus, já foram vistoriados 45 coletivos e os fiscais expediram 129 autuações e 7 advertências, sendo recolhidas 20 autorizações de tráfego (AT). Seis ônibus foram recolhidos ao pátio do Detran-MG.

Na ação de hoje, agentes da BHTrans entram nos ônibus já em circulação e checam as condições do veículo e documentação. O portão da garagem da Transoeste foi fechado e nenhum coletivo pode deixar a empresa enquanto os fiscais estiverem atuando.

 

Fiscal da prefeitura de BH checa condições de circulação de coletivo da Transoeste

Edésio Ferreira/EM/DA Press

Na porta da garagem foram recolhidos três veículos. Dois estavam com problemas no elevador para pessoas com deficiência e no freio das portas. Já o outro estava com a autorizacao de trafego (AT) suspensa e não poderia circular. Outros sete coletivos da mesma empresa estão com o AT irregular e são procurados pela BHTrans pela cidade.

Todos os ônibus que tiverem a AT recolhida nas fiscalizações ficam impedidos de circular nas ruas até que os problemas que foram encontrados sejam reparados. Os veículos precisam passar por uma nova vistoria para receber o documento de volta. Nesse período, não será paga a remuneração complementar, que leva em conta a quilometragem percorrida pelo ônibus.

“Antes focávamos em fiscalizar no intinerário, nas estações, pontos finais. Agora vamos para as portas de garagem, para impedir as saídas dos veículos”, disse Gabriela.

De acordo com a prefeitura, nas próximas semanas, serão feitas duas fiscalizações diárias nas 30 garagens das empresas da capital.

Na Justiça

Desde o fim de janeiro, a PBH ajuizou na Justiça 274 ações envolvendo 27.707 multas aplicadas às empresas de ônibus que descumpriram cláusulas contratuais. Os processos vão tramitar nas Varas de Feitos Tributários e envolvem a cobrança de R$ 14.355.501,59.

A Prefeitura de BH estima que cerca de 100 mil multas sejam cobradas na Justiça, o que corresponde a algo em torno de R$ 47 milhões. 

Acidentes

Na última semana, dois acidentes chamaram a atenção. Na quarta-feira (21), um ônibus da linha 318, que faz o trecho Estação Barreiro/Jardim Liberdade via Milionários perdeu o freio e atingiu um muro no bairro Bonsucesso. Onze pessoas ficaram feridas.

Na sexta-feira (23), na avenida Antônio Carlos, região Noroeste da capital, um coletivo se envolveu em uma batida com um táxi, deixando nove pessoas feridas. O condutor, de 40 anos, ficou com as pernas presas nas ferragens, foi retirado pelos bombeiros das ferragens e encaminhado para a Unidade de Suporte Avançado (USA) do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). 

Setra BH

O Estado de Minas solicitou ao Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (SetraBH) um posicionamento em relação à fiscalização de hoje na Transoeste. O SetraBH informou que "acompanha com atenção a ação para em breve se posicionar".

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